As fazendas solares flutuantes estão gradualmente ganhando força. Suas vantagens, como a economia de espaço em terra, a facilidade de instalação ou os benefícios do resfriamento a água em seu desempenho, os tornam uma opção cada vez mais popular na aposta nas energias renováveis e na transição para deixar para trás os combustíveis fósseis. Em Portugal, sem ir mais longe, acaba de anunciar uma enorme “ilha solar” com 12.000 painéis implantados numa albufeira no Alentejo.
A proposta portuguesa fica aquém, no entanto, quando comparada com o enorme complexo que puseram em funcionamento na China, neste momento a maior “quinta fotovoltaica” do mundo.
A instalação, promovida pela Huaneng Power International (HPI), atinge 320 MW e é distribuído em um reservatório de 593 hectares localizado próximo à Usina Termelétrica Dezhou, em Shandong. Segundo Seetão, os painéis se estendem por boa parte da superfície.
Um projeto, duas fases
A usina foi construída em duas fases sucessivas. A primeira, de 200 MW, com capacidade de armazenamento de 8MWh, foi concluída em 2020. A segunda, de 120 MW, foi concluída em 2021 e foi ativada em plena capacidade no início deste ano. Os responsáveis pela instalação esperam que ela gere cerca de 550 milhões de kWh de energia limpa anualmente, o que permitirá uma redução considerável no consumo de carvão e nas emissões de CO2.
O parque solar flutuante de Dezhou faz parte de um projeto maior que também inclui um parque eólico de 100 MW e capacidade de armazenamento de bateria de 8 MWh. Juntas, as três dotações estão integradas à infraestrutura que fornece energia à rede.
A empresa chinesa de energia elétrica Huaneng Power International colocou em operação uma usina solar flutuante de 320 MW em Dezhou, cidade localizada na província chinesa de Shandong. pic.twitter.com/H0GBLGkJC2
— Verdade em primeiro lugar – Lanka (@ApiWenuwen) 3 de janeiro de 2022
A nova “fazenda solar” de Dezhou não manterá seu recorde por muito tempo. Em 2023, está prevista a entrada em operação de uma instalação flutuante localizada na barragem de Omkareshwar em Madhya Pradesh (Índia), com uma capacidade total que, uma vez 100% ativada, quase dobrará a oferta chinesa: 600 MW. Há uma semana, houve avanços em seus procedimentos licitatórios.
A nova instalação da HPI em seu reservatório de Huanneng também não é a primeira grande “fazenda solar” flutuante. Nos últimos anos, diversos projetos vêm ocorrendo, como Kyocera no Japão; a do distrito de Panji, na China; a da barragem de Sirindhorn, na Tailândia, ou a que acaba de ser anunciada na albufeira de Alqueba, localizada na região sul do país.
Imagem da capa | SASAC