Novo titã dos mares. O estaleiro chinês Hudong Zhonghua Changxing Shipbuilding —parte do conglomerado CSSC— acaba de lançar o gigantesco navio MSC Tessa, um colosso dos mares que se tornará o maior navio porta-contêineres do mundo. Sim, para o mínimo. O novo navio fabricado para a transportadora MSC não é diferente em tamanho de outro gigante lançado recentemente, o Ever Alot, mas o supera em um fato fundamental que lhe permite bater o recorde: capacidade.
MSC Tessa tem um comprimento de 399,9 metros por feixe de 61,5, medidas semelhantes às do navio porta-contêineres Ever Alot. Varia, sim, sua carga. Especificamente, 24.116 TEUs podem ser empilhados a bordo do MSC Tessa — um TEU, acrônimo para Unidade equivalente a vinte pés, equivalente à capacidade de transportar um contêiner padrão de 6,1 metros – que é 112 a mais do que o Ever Alot pode movimentar. A vantagem é mínima, sim, apenas 0,5%; mas o suficiente para fazer a diferença. Conseguir isso forçou os engenheiros a anular seus planos.
Embora as principais dimensões não tenham mudado, a equipe de projeto de navios porta-contêineres da empresa otimizou a superestrutura do navio, mastro de radar e outros projetos relacionados de acordo com as características das rotas operacionais do armador. A empresa Hudong Zhonghua também está por trás dos grandes navios Ever Alot ou Ever Apex.
Tecnologia para economizar custos
Para facilitar o transporte de cargas e a eficiência energética, esses grandes navios porta-contêineres do tipo Hudong incorporam algumas inovações relevantes em pontos como a proa e as hélices. O MSC Tessa de fato possui um sistema que gera bolhas e reduz o atrito com a água durante a navegação. Resultado: um economia de 3 a 4% no consumo de combustível. Va de Barcos especifica que incorpora um motor diesel convencional WinGD-11X92 de 70.000 kW.
Se o cronograma gerenciado pelo estaleiro for cumprido, o novo navio porta-contêineres será entregue antes do final de 2022. Não é o único titã que vai integrar a frota da transportadora MSC. A empresa encomendou mais três navios ao estaleiro chinês e pelo menos dois deles já começaram nas docas secas de Hudong Zhonghua em junho, após o bloqueio causado pelas medidas contra o COVID-19.
Embora possam se destacar por seu tamanho e capacidade MSC Tessa, Ever Alot ou Ever Apex Não são casos isolados. Eles oferecem os casos mais recentes de uma tendência global que vem ganhando força há algum tempo no setor: a do potencial cada vez maior dos navios porta-contêineres.
O maior navio porta-contêineres do mundo com 24.000 contêineres “EVER APEX” construído pela CSSC foi entregue. Com base na experiência anterior de navios porta-contêineres com avanços e inovações no método de construção, a equipe do projeto encurtou o ciclo de construção de 24 meses para 16 meses. pic.twitter.com/w6A3qqTHr7
— CSSCglobal (@CSSCglobal) 21 de julho de 2022
A capacidade dos navios cresceu consideravelmente nas últimas décadas a ponto de em 2016 os navios de mais de 10.000 TEUs já representarem 25% da frota global, 20 pontos percentuais a mais do que cinco anos antes. Hoje gigantes como Tessa já ultrapassam 24.000.
O motivo do surto de crescimento?
Basicamente uma tentativa de aumentar a lucratividade de transporte. Quanto maior a capacidade de carga, maior o número de contêineres em trânsito e maior a distribuição de custos. Tudo isso em um cenário marcado pelo aumento da demanda e pressão das próprias empresas para que as transportadoras reduzam suas tarifas. Estima-se que hoje cerca de 90% das mercadorias comercializadas sejam transportadas por via marítima, o que explica a encomenda de 561 navios porta-contentores só em 2021.
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