Brasil confirma primeiro caso da chamada “gripe K”
Ministério da Saúde confirma presença no Brasil da variante H3N2 subclado K, conhecida como “gripe K”; especialistas reforçam prevenção e vacinação.
O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso da chamada “gripe K” no Brasil, após análise laboratorial de amostras coletadas no estado do Pará. O resultado faz parte do boletim de vigilância epidemiológica divulgado no país e reforça a atenção das autoridades diante da circulação de variantes do vírus da influenza A (H3N2) que vêm se espalhando em várias partes do mundo.
A infecção detectada no Pará foi identificada como pertencente ao subclado K e ao subclado J.2.4 da Influenza A (H3N2), dois grupos genéticos que já circulam em países da Europa, Ásia e América do Norte. A presença desses subclados no Brasil indica que a variante está se deslocando de forma semelhante à que tem sido observada globalmente.
O que é a “gripe K”
A chamada “gripe K” nada mais é do que uma variante do vírus influenza A H3N2, com mutações específicas que a diferenciam de outros subtipos já conhecidos. Essa variação genética chamada de subclado K não representa um vírus completamente novo, mas sim uma ramificação natural do H3N2 que circula globalmente há décadas.
Estudos recentes, inclusive relatados pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que a disseminação dessa variante tem sido rápida em diversos países. A OMS observa que mudanças genéticas em vírus influenza fazem parte da evolução normal da doença, e que períodos dominados por H3N2 costumam estar associados a mais casos e maior pressão sobre os sistemas de saúde, especialmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas.

Sintomas e Quadro clínico
Os sintomas da “gripe K” são muito semelhantes aos de uma gripe comum causada pelo H3N2 e outros vírus respiratórios. Entre os sinais mais frequentes estão:
- Febre
- Tosse
- Coriza
- Dor de garganta
- Dores no corpo
- Mal-estar geral
Especialistas destacam que, na maioria dos casos, o quadro evolui como uma infecção respiratória sazonal típica. No entanto, grupos de risco, como idosos, gestantes e pessoas com imunidade comprometida ou com doenças crônicas, podem apresentar maior probabilidade de complicações como pneumonia ou agravamento de outras condições de saúde.
Vacinação e Prevenção
Apesar de a variante K ter pequenas diferenças genéticas, a vacina contra a gripe disponível no Brasil em 2025 inclui proteção contra vírus influenza A H3N2, o que continua sendo uma ferramenta importante para reduzir hospitalizações e casos graves. Especialistas ressaltam que, mesmo que a eficácia completa contra a variante específica não esteja totalmente definida, a vacinação permanece como principal meio de prevenção contra complicações graves.
Além da imunização, medidas clássicas de prevenção são recomendadas, tais como:
- Higienizar as mãos com frequência
- Evitar contato próximo com pessoas doentes
- Usar máscara em ambientes fechados com circulação viral ativa
- Manter ambientes bem ventilados
A OPAS também enfatizou a importância de ações reforçadas de vigilância epidemiológica e a preparação dos sistemas de saúde para monitorar a circulação de vírus respiratórios, incluindo o H3N2 subclado K, ao mesmo tempo em que se estima a evolução da temporada de gripes nas Américas.

Autoridades brasileiras e especialistas em saúde pública têm procurado evitar alarmismos. Segundo a infectologista Rosana Ritchmann, a presença da gripe K no Brasil ainda não indica um cenário de maior gravidade do que o observado em temporadas sazonais comuns, mas reforça a necessidade de atenção contínua e medidas preventivas, sobretudo entre grupos mais vulneráveis.
A confirmação do primeiro caso ocorre em um momento em que a temporada de influenza em muitos países do hemisfério norte incluindo Europa e Ásia, já mostra atividade acima do esperado para a época do ano. Isso torna ainda mais importante que a população esteja atualizada com a vacinação e siga as orientações de saúde pública.
Com o final do ano se aproximando e a chegada do verão no hemisfério sul, a circulação de vírus respiratórios pode variar, mas a presença da “gripe K” no Brasil sinaliza que as autoridades continuarão monitorando a evolução dos casos por meio de sistemas de vigilância laboratorial e epidemiológica.
A atenção permanece especialmente voltada para os grupos de maior risco, e campanhas de vacinação de reforço podem ser intensificadas caso haja indicação de maior circulação do vírus nos próximos meses.

