Freira quebra protocolo no funeral do Papa Francisco e emociona o mundo
No último adeus ao Papa Francisco, uma cena comovente rompeu o rígido protocolo do Vaticano e tocou corações ao redor do mundo.
A freira franco-argentina Geneviève Jeanningros, de 82 anos, aproximou-se do caixão do pontífice na Basílica de São Pedro, onde permaneceu por vários minutos em silêncio, chorando e orando — um gesto que não estava previsto para leigos ou religiosos fora da alta hierarquia eclesiástica.
A Guarda Suíça, responsável pela segurança papal, permitiu a exceção, reconhecendo a profunda amizade entre Geneviève e Francisco.
O momento foi registrado em vídeo e rapidamente viralizou, tornando-se um dos símbolos mais fortes do velório do pontífice.
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VÍDEO: Freira quebra o protocolo no funeral do Papa e emociona o mundo
Uma amizade forjada na dor e na missão
Geneviève pertence à Congregação das Pequenas Irmãs de Jesus e vive há mais de cinco décadas em uma caravana nos arredores de Roma, onde dedica sua vida a apoiar prostitutas, pessoas trans, feriantes e outros grupos marginalizados.
Ela conheceu Jorge Mario Bergoglio na Argentina, ainda nos tempos em que ele era arcebispo de Buenos Aires.
O elo entre os dois ganhou profundidade a partir de uma tragédia compartilhada: a tia de Geneviève, Léonie Duquet, também freira, foi sequestrada e assassinada durante a ditadura militar argentina nos anos 1970 — um episódio que marcou profundamente a vida de Bergoglio e o motivou a buscar justiça social.
A "enfant terrible" do Vaticano
Francisco chamava Geneviève carinhosamente de "enfant terrible", em reconhecimento à sua ousadia e dedicação às causas sociais.
Ela era presença frequente nas audiências papais às quartas-feiras, muitas vezes acompanhada por pessoas trans, ciganos e artistas de circo — grupos que raramente tinham espaço na Igreja antes do pontificado de Francisco.
Em 2024, o Papa retribuiu a amizade com uma visita surpresa ao parque de diversões onde Geneviève vive, em Ostia Lido, nos arredores de Roma.
Na ocasião, ele abençoou uma estátua da Virgem Maria protetora dos artistas itinerantes e saudou as famílias da comunidade.
Um gesto que transcende o protocolo
Durante o velório, Geneviève, com sua mochila verde às costas, foi conduzida por um segurança até o caixão do Papa.
Ali, ela permaneceu por cerca de sete minutos, rezando em silêncio e enxugando as lágrimas com um lenço — um tempo muito superior ao permitido aos demais visitantes.
O gesto emocionou os presentes e foi amplamente compartilhado nas redes sociais, tornando-se um símbolo da compaixão e da inclusão que marcaram o pontificado de Francisco.
Um legado de amor e inclusão
Geneviève Jeanningros representa o espírito de uma Igreja mais aberta, que acolhe os excluídos e valoriza a dignidade humana acima das convenções.
Seu gesto no funeral do Papa Francisco não foi apenas uma despedida pessoal, mas um testemunho vivo do legado de um pontífice que ousou romper barreiras e estender a mão aos marginalizados.
Em tempos de incerteza, a imagem de Geneviève diante do caixão de Francisco nos lembra que a verdadeira fé se manifesta na empatia, na coragem e na solidariedade com os que mais precisam.