Uma série de documentos relacionados a um processo judicial entre os pais de crianças mortas em um tiroteio na escola americana Sandy Hook, em 2012, e a fabricante de armas Remington revelaram uma acordo secreto entre este último e a gigante dos videogames Activision Blizzard. A informação, divulgada por um dos advogados dos familiares das vítimas ao The Wall Street Journal, revela uma campanha de marketing para chegar aos jovens.
A Remington, agora falida, foi acusada de promover práticas de marketing que encorajavam comportamentos violentos nas pessoas, uma alegada violação das leis de protecção do consumidor no Connecticut, estado onde ocorreu o trágico acontecimento. Após anos de disputas legais, a empresa chegou a um acordo de US$ 73 milhões com os demandantes no ano passado. Agora, porém, novas informações sobre o caso vieram à tona.
Remington e sua estratégia de marketing em ‘Call of Duty: Modern Warfare 2’
Não é nenhum segredo que os videogames de tiro, também conhecidos como atiradores, estão cheios de versões digitais de armas reais. Alguns aparecem com seus nomes verdadeiros, enquanto outros Eles são apresentados com um título fictício. Em qualquer caso, os detalhes de possíveis acordos entre fabricantes de armas e empresas de videojogos não costumam ir além, embora a Remington e a Activision Blizzard sejam apresentadas como uma exceção.
O que mais chama a atenção no acordo entre as referidas empresas é o seu propósito: chegar aos jovens. E isto é apenas parte da abundante informação judicial recolhida através de vários e-mails internos. Foi uma campanha de marketing que procurou claramente posicionar uma arma real através do famoso título ‘Call of Duty: Modern Warfare 2’. Vejamos alguns detalhes dessa estratégia que acaba de vir à tona.
Segundo o referido jornal, a Remington e a Activision Blizzard assinaram um acordo em 2009 para colocar o rifle de combate adaptativo (ACR) no título da franquia ‘Call of Duty’ que seria publicada naquele mesmo ano. Dito e feito. A réplica digital da arma ‘Modern Warfare 2’ apareceu‘, embora tal movimento não significasse um desembolso de dinheiro por parte do fabricante de armas. Ou seja, foi um acordo confidencial sem pagamento.
Ele atirador foi um verdadeiro sucesso e vendeu milhões de cópias em todo o mundo, o que fez com que ACR fosse possivelmente visto por milhões de jogadores. John C. Trull, chefe de gerenciamento de produtos da Remington, observou em 2010 que os jovens ficaram encantados com as qualidades da arma virtual. E era exatamente isso que a Remington queria, pelo menos de acordo com a nova estratégia de negócios que estava sendo promovida pela controladora naquele momento.
Esse movimento aparentemente superou as expectativas da Remington, visto que o ACR foi listado por muitos jogadores como a arma mais popular da história de ‘Call of Duty’, mas isso apenas no mundo virtual. Na vida real, o rifle de assalto usado pelo Exército dos EUA e disponível de forma privada foi retirado do mercado em 2010 devido a problemas de design. Algumas variantes, no entanto, continuaram a ser produzidas até 2020.
O ACR, como dizemos, apareceu em ‘Call of Duty: Modern Warfare 2’ e numa versão chinesa de ‘Call of Duty Online’. Não se sabe, no momento, se também estará disponível no novo ‘Call of Duty: Modern Warfare III’, que chegará em novembro deste ano. Desde que o acordo veio à tona esta semana, a Microsoft, que é a atual proprietária da Activision Blizzard, não comentou publicamente sobre ele, embora aparentemente tenha expirado porque a Remington não existe mais.
Imagens: Activision
Em Xataka: Não, jogar jogos violentos (provavelmente) não o tornará violento na vida real
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