Quando se trata de operar um submarino existem certos fatores fundamentais. E ter um bom poder e passar despercebido por potenciais inimigos são duas vantagens importantes da lista. Uma equipa de investigadores de Xangai afirma ter dado um passo decisivo para avançar neste duplo objectivo. A chave é um novo sistema de propulsão com bomba a jato (bomba-jato) que permite alcançar maior impulso em certas condições e – o que é igualmente relevante – reduzir em mais de 90% as vibrações irritantes e reveladoras.
Quando alguns submersíveis chineses se movem, eles encontram um problema que reduz sua potência e furtividade. Conforme detalhado Postagem matinal do sul da Chinapara se impulsionarem utilizam uma hélice coberta com o rotor localizado dentro de um duto que apresenta certas desvantagens.
Entre a face interna dessa estrutura e as próprias pás do rotor existe um pequeno espaço, uma folga inapreciável, mas suficiente para que seja gerada cavitação em seu interior, bolhas que prejudicam o avanço do submarino de duas maneiras: retardam seu avanço e revelar sua presença.
O valor de repensar o design
Esse é o problema que os especialistas de Xangai queriam minimizar. Como? Basicamente com um novo design e usando material do qual nenhum detalhe foi revelado.
Os técnicos queriam parar os efeitos indesejados do bomba-jato com um redesenho em que a borda externa das pás é recortada nas paredes do duto do rotor. Resultado: as pontas não permanecem mais em contato direto com a água, as vibrações e o ruído são reduzidos na maioria das frequências e o impulso é ganho até mesmo em velocidades mais lentas. De fato, os especialistas calculam que os sinais que poderiam revelar a presença do submarino são reduzidos em mais de 90%.
Estas são pelo menos as conclusões deixadas pelas simulações já realizadas no terreno.
A aplicação é interessante pela forma como a propulsão é implementada com bomba-jato, incorporado em alguns submersíveis de classe importante como o Virginia ou o Seawolf, ambos dos EUA. Até porque um dos grandes problemas dos primeiros submarinos nucleares do gigante asiático foi precisamente o barulho que eles geraramo que tornou mais fácil para outros países rastreá-los.
Os chineses não são os primeiros a tentar reduzir a turbulência nos rotores.
O grande avanço dos técnicos de Xangai se concentraria no elemento-chave que resolve a equação: ter um material de vedação versátil, capaz de evitar os efeitos indesejados causados pela água e ao mesmo tempo não atrapalhar o movimento do rotor. Os detalhes de sua proposta, porém, são desconhecidos. No momento só surgiu que eles criam um selo com fibras finas e que os cientistas chineses também optaram por revestir as pontas das lâminas.
Nem tudo é vantagem no sistema. Conforme afirmado pela própria equipe em Jornal Chinês de Pesquisa de Navios, ao operar em velocidade máxima, a propulsão a jato torna-se menos eficiente. O efeito é compensado, porém, no cenário oposto, com marchas mais baixas. O impulso do dispositivo é, nestes casos, cerca de 10% maior. Uma vantagem à qual se soma sobretudo a capacidade de reduzir vibrações indesejadas… e ruidosas em mais de 90%.
Não são os únicos avanços que a China fez em termos de submarinos e estratégia. No verão passado, um grupo de pesquisadores publicou em Jornal Chinês de Pesquisa de Navios, estudo no qual afirma ter encontrado uma forma de registrar os rastros deixados pelos submersíveis, mesmo os mais avançados. Como? Com a ajuda de detectores magnéticos ultrassensíveis e uma abordagem interessante: aproveitar o sinal de frequência extremamente baixa das bolhas.
“Ele fornece uma nova solução para a detecção e rastreamento de submarinos”, afirmam os pesquisadores chineses em seu estudo, no qual destacam que esses sinais gerados pelas bolhas podem ser mais fortes do que a sensibilidade dos detectores avançados de anomalias magnéticas.
Imagem da capa: Wikipédia (SteKrueBe)
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