Estamos longe de pisar em Marte, mas já sabemos onde conseguir água se pousarmos perto do equador.
Na sonda Marte Expresso da Agência Espacial Europeia (ESA) estudou há 15 anos uma gigantesca formação geológica que se estende por milhares e milhares de quilômetros ao longo do equador do planeta vermelho.
Sabíamos que a Formação Medusae Fossae escondia depósitos moles, mas não tínhamos certeza de que eram feitos esses depósitos. Um novo estudo revela que são camadas subterrâneas de gelo de água de até 3,7 quilômetros de espessuraa maior quantidade de água já encontrada longe dos pólos.
O estudo actualiza as observações de 2007 com dados de radar mais recentes também registados pela sonda Mars Express. Os sinais são semelhantes aos das calotas polares de Marte, que contêm água gelada. Mas os cientistas não tinham certeza.Medusas Fossasaté você perceber sua profundidade.
não pode ser outra coisa
Os depósitos são cobertos por uma camada de poeira e cinzas com várias centenas de metros de espessura. Se tudo fosse uma enorme pilha de poeira, ela se compactaria com o próprio peso. Mas o material por baixo não é tão denso.
“Quando modelámos como se comportariam diferentes materiais além do gelo, nada reproduziu as propriedades da formação Medusae Fossae: precisávamos de gelo,” explica Andrea Cicchetti do Instituto Nacional de Astrofísica de Itália.
Na verdade, há tanto gelo que, se derretesse, cobriria todo o planeta com um cobertor de pelo menos um metro e meio de profundidade. Ou dito de outra forma, há água suficiente para encher o Mar Vermelho na Terra.
É impossível que toda aquela água pudesse ter se formado com o clima atual de Marte. Sabemos que antes de ser um mundo árido, o planeta tinha oceanos e rios. Agora temos de resolver um novo mistério: quando e como se formou a enorme reserva de água sob Medusae Fossae.
Imagem | ESA/DLR/FU Berlim
Em Xataka | Há mais neve em Marte do que em Navacerrada (embora as semelhanças com o nosso inverno terminem aí)