Está claro que Vivemos em tempos de mudança de plataformas transmissão: uma vez que a Netflix se consolidou como a principal opção, que já se alimenta até do catálogo de seus concorrentes, e agora que se atestou a crise que obriga todos a aumentar os preços das assinaturas e a tomar medidas contra os clientes que compartilham Afinal, novos ares também são vistos em catálogos que devem evitar a estagnação.
Já não se trata apenas de políticas da Netflix que revelam que os tempos de produzir sem travões acabaram porque economicamente (mas também a nível de imagem) é mais prudente. É também que fenômenos imprevisíveis como as greves de argumentistas e atores têm abrandado a produção (ainda percebemos o eco da paralisação) e os catálogos estão a encher-se de filmes e séries de países onde a greve não chegou.
Ninguém ignora que nos últimos meses, dando continuidade a um fenômeno que já tinha ocorrido antes, as ficções coreanas e indianas, por exemplo, estão ocupando lugares cada vez mais destacados na plataforma. Mas não se trata mais apenas de licenciar catálogos de terceiros: essa necessidade de material não exclusivo dos Estados Unidos está sendo notada nas estatísticas da plataforma.
Em um estudo que Ampere Analysis realizou para Variety determina-se que mais da metade do dinheiro que a Netflix investiu em produzir novo conteúdo (7,900 milhões de dólares de um total de 15,400 milhões) foi destinado a filmes e séries de fora dos Estados Unidos. Ou seja, pela primeira vez na sua história, a Netflix produziu mais material fora dos Estados Unidos do que no país de origem da plataforma.
E não só: está previsto, segundo o relatório, que os valores investidos em produções nos Estados Unidos caem 20% de 2022 a 2028. No entanto, os investimentos globais crescem 44%. Como isso é possível? Porque os investimentos em séries e filmes disparam em outras partes do mundo: a produção cresce 19% na América Central e do Sul, 10% na África Subsaariana e 6% na Europa, entre outros.
Isso não significa que o consumo esteja diminuindo: simplesmente, nos Estados Unidos já não estão tão fechados para consumir conteúdos em outros idiomas que não o inglês. E ainda mais importante: a produção fora dos Estados Unidos é muito mais barata. Já não se trata apenas de estratégias de mercado, mas de pura e simples poupança líquida.
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