Se a Toyota ganhou nome na cultura popular no Brasil, é por causa dos seus híbridos. No nosso país, exceto o Toyota Aygo
Dos cinco híbridos não plug-in mais vendidos no nosso país, três são os seus modelos (Toyota Corolla, C-HR e Yaris Cross) e outros dois modelos (Toyota RAV4 e Yaris) estão entre os 10 mais vendidos. Não é por acaso que muitas pessoas diferenciam os híbridos não plug-in como “um Toyota híbrido” o “alo Toyota”.
Mas a empresa japonesa já anuncia há algum tempo que seus planos futuros não incluem a eliminação de nenhuma tecnologia. Relativamente ao carro elétrico, a sua posição tem sido mais ou menos beligerante ao longo do tempo, modulando um discurso que, em algumas ocasiões, parecia totalmente contrário e, noutras, a solução a que darão mais ênfase.
O que se mantiveram firmes foi no discurso de dar ao cliente todas as opções que puder para que escolha a que mais lhe interessa. Falou-se em motores a gasolina, baterias de estado sólido, diferentes soluções com hidrogênio…
O que não esperávamos ver eram declarações a favor do diesel.
“O diesel não morreu”
Com os registros diesel em queda livre na Europa e Brasil, os lançamentos de novos modelos sem motores diesel na gama ou decisões como a da Volvo, que recentemente produziu o seu último carro com motor diesel, poderíamos pensar que o diesel está morto.
Mas nem todos pensam assim e, em parte, é um erro comum (inclusive da mídia) cair na tentação de pensar que O Brasil é o centro do mercado e que as marcas tomem as suas decisões priorizando o nosso país quando, na realidade, apenas a Alemanha, a França e o Reino Unido estão entre os 10 países do mundo que mais compram carros novos.
Vistas desta forma, as declarações de Sean Hanley, chefe de vendas da Toyota na Austrália, que garantiu Dirigir que “o diesel ainda tem tempo, não vai morrer tão cedo”.
Em entrevista à mídia, Hanley garantiu que a vida do diesel será decidida nos próximos 10 ou 20 anos. “Existe a possibilidade de que tenha variantes híbridas, você sabe, reduza sua pegada de carbono. “É uma fonte de combustível muito confiável, especialmente para veículos pesados”.
O Brasil é um mercado complicado para veículos eletrificados. É preciso ter em conta que se trata de um país com uma enorme superfície, onde se realizam viagens muito longas e onde o condutor fica totalmente isolado. Isto representa um verdadeiro desafio para o veículo elétrico, uma vez que são necessárias autonomias muito longas, e além disso, criar uma rede muito extensa de carregadores em locais muito distantes das grandes cidades.
Na verdade, o país ainda não tem um plano para reduzir as emissões dos seus veículos, não tem um Roteiro melhorar, aos poucos, a qualidade do ar, limitando as emissões dos veículos comercializados no país. É agora que esta possibilidade foi posta em cima da mesa.
Ao acima devemos adicionar duas variáveis. A primeira é que no Brasil está profundamente enraizado um amor muito puro pela competição e pelos veículos movidos a combustíveis fósseis. Além do uso diário, suas competições são referência há décadas.
A segunda é que o público ainda prefere SUVs grandes e veículos comerciais leves. Na verdade, os dois modelos mais vendidos no Brasil são o Ford Ranger e o Toyota Hilux, enquanto a venda de carros elétricos é insignificante.
Ao que precede acrescenta-se que a Toyota também não pode sair agora de sua Hilux. Poderá eletrificá-lo parcialmente, como garante o responsável pela marca no Brasil, caso o forcem. Mas o modelo é o carro mais vendido em vários países com perfis semelhantes ao do Brasil.
Quase toda a América do Sul, sul da África ou boa parte da América Central e do Sul é compartilhada pela Toyota Hilux e Land Cruiser. Dois modelos para os quais o diesel é essencial. Na verdade, a Toyota Hilux se tornou um dos 10 carros mais vendidos do mundo no ano passado.
Embora possa nos parecer estranho, a Toyota não está pronta para dizer adeus ao diesel.
Imagem | Max Itin
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