A Argentina deseja melhorar a capacidade de sua Força Aérea com um dos investimentos mais significativos das últimas décadas. Após assinar uma carta de intenções em março, o ministro da Defesa do país, Luis Petri, anunciou em 16 de abril a compra de 24 aeronaves de combate Falcão de Combate F-16 da Dinamarca.
A operação, que segundo o Governo custa cerca de 300 milhões de dólares, inclui também importantes elementos complementares como armas, peças sobressalentes e um simulador para formação de pilotos. A expectativa é que os caças cheguem em lotes ao território argentino, começando com um primeiro embarque neste ano.
Brasil, protagonista da região
Este movimento da Argentina se materializa num contexto onde a Dinamarca busca renovar sua frota com os modernos F-35 Lightning II. Os F-16, que começaram a voar há mais de 40 anos ainda continuam a ser aeronaves altamente respeitadas internacionalmente e podem ser fundamentais para a defesa do país latino-americano.
Ao longo das décadas têm-se destacado por um interessante conjunto de características. Os F-16 são caças supersônicos altamente manobráveis que podem detectar alvos em condições climáticas adversas. Além disso, foram projetados para transportar e lançar uma ampla gama de munições, incluindo mísseis AIM-9 Sidewinder.
À medida que a Argentina se prepara para desempenhar um papel mais proeminente no nível de defesa na região, muitos se perguntam qual é o país latino-americano com aumento do poder aéreo. De acordo com o Global Air Powers Ranking (2024) elaborado pela WDMMA, o Brasil ocupa o primeiro lugar com um estoque de 527 aeronaves.
Certamente, nem todos os ativos do maior país da América Latina são combatentes. 37,4% da frota é destinada ao combate aéreo, 23,9% ao transporte e 17,6% ao treinamento. Entre os destaques encontramos o Northrop F-5 desenhado pela gigante americana Northrop Grumman Corporation.
A Força Aérea Brasileira opera cerca de 40 dessas aeronaves originalmente lançadas na década de 1960. Estamos diante de um tipo de aeronave de combate supersônico ágil, confiável e altamente manobrável, que tem grande presença no mundo. Na verdade, foi fabricado sob licença por países como Espanha, Taiwan e Suíça.
O Brasil também possui diversas aeronaves de ataque AMX A-1 desenvolvidas em conjunto com a Itália. São unidades subsônicas que podem voar em baixa ou alta altitude, mesmo à noite. Eles possuem, além de uma baixa assinatura de radar, dois canhões de projéteis padrão e a capacidade de lançar uma ampla gama de bombas.
Mas as forças militares do país estão incorporando aeronaves novas e avançadas. Há cerca de um ano, o Governo anunciou o arranque da primeira linha de produção do F-39 Gripen fora da Suécia. Atualmente, o Brasil tem sete unidades fabricadas na Europa, mas há pelo menos vinte a caminho.
Voltando ao ranking WDMMA, atrás do Brasil está o Chile. De acordo com a United Press International, o Chile operou um total de 44 F-16 em 2020. Quase uma dúzia correspondia à edição Block 50 adquirida no início de 2000, enquanto o restante eram modelos um pouco mais antigos adquiridos anteriormente na Holanda.
O Chile, assim como o Brasil, também possui vários Northrop F-5, muitos dos quais foram adquiridos em meados da década de 1970 e atualizados para um variante mais moderna nos anos noventa. O próximo lugar vai para a Argentina, que possui uma dezena de caças A-4AR Fightinghawk.
É uma aeronave tática subsônica. As Forças Armadas do país, note-se, não possuem capacidades supersônicas desde a aposentadoria dos lendários caças Mirage III, há quase dez anos. Entre os meios aéreos com capacidade de ataque leve e treinamento encontramos o IA-63 Pampa III fabricado em território nacional pela FAdeA.
Imagens | Ministério da Defesa da Argentina | Força Aérea Brasileira | FAdeA | Tomaz Silva/Agência Brasil
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