China anuncia banimento de OnlyFans e reforça controle sobre o ambiente digital

China anuncia banimento de OnlyFans e reforça controle sobre o ambiente digital
Xi Jinping

Governo da China anuncia bloqueio do OnlyFans e reforça medidas para limitar a influência de plataformas estrangeiras e conteúdos considerados imorais.

O governo da China anunciou oficialmente o bloqueio da plataforma OnlyFans em seu território, intensificando ainda mais a política de controle rígido sobre o conteúdo digital acessível à população. Conhecida internacionalmente por permitir que criadores de conteúdo monetizem vídeos e fotos por meio de assinaturas, a plataforma britânica foi enquadrada pelas autoridades chinesas como incompatível com os valores culturais e morais defendidos pelo Estado.

Segundo comunicados oficiais, a decisão faz parte de uma campanha nacional voltada ao combate de conteúdos classificados como “imorais” ou prejudiciais à ordem social. Embora o OnlyFans não seja exclusivamente dedicado a material adulto, o governo chinês afirma que a estrutura da plataforma facilita a disseminação de conteúdos considerados inadequados, o que motivou sua retirada do ambiente digital do país.

Estratégia de controle digital já consolidada

O bloqueio do OnlyFans não representa uma ação isolada. A China mantém, há anos, um dos sistemas de controle de internet mais rígidos do mundo, conhecido como “Grande Firewall”. Plataformas amplamente utilizadas no Ocidente, como Google, Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e YouTube, já são inacessíveis no país sem o uso de ferramentas para contornar restrições, prática que também é combatida pelas autoridades.

Com essa nova proibição, o governo reforça sua estratégia de moldar o ecossistema digital interno de acordo com diretrizes ideológicas próprias. O objetivo declarado é garantir que o conteúdo disponível online esteja alinhado aos valores culturais chineses, ao mesmo tempo em que reduz a influência estrangeira sobre hábitos, comportamentos e padrões de consumo da população, especialmente entre os jovens.

Impacto para usuários e criadores de conteúdo

Na prática, o bloqueio impede que usuários localizados na China acessem o OnlyFans por meios convencionais. Criadores de conteúdo que dependiam da plataforma para obter renda passam a enfrentar dificuldades adicionais, já que o uso de redes privadas virtuais (VPNs) também é alvo constante de fiscalização e restrições.

Especialistas em tecnologia apontam que esse tipo de medida reduz a diversidade de serviços digitais disponíveis no país e limita o contato direto da população com tendências globais da economia digital. Por outro lado, defensores da política chinesa afirmam que o controle rígido permite um ambiente online mais previsível e alinhado aos interesses nacionais.

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Tendência de maior fechamento digital

O banimento do OnlyFans ocorre em um momento em que a China intensifica o discurso sobre soberania digital. O país busca reduzir a dependência de empresas estrangeiras e consolidar um modelo próprio de internet, no qual o Estado exerce papel central na definição do que pode ou não circular online.

Essa postura levanta debates internacionais sobre liberdade de expressão, direitos digitais e o futuro da internet globalizada. Enquanto alguns países veem a abordagem chinesa como autoritária, outros observam com atenção a capacidade do país de criar um ecossistema digital robusto e autossuficiente.

Portanto, o bloqueio do OnlyFans pela China reforça uma tendência já conhecida de fortalecimento do controle estatal sobre o ambiente digital. A decisão reflete não apenas preocupações morais declaradas pelas autoridades, mas também uma estratégia mais ampla de limitar a influência cultural externa e consolidar diretrizes ideológicas próprias. À medida que o país avança em seu modelo de soberania digital, cresce o debate sobre os impactos dessas medidas na liberdade online, na economia criativa e na relação da China com o restante do mundo conectado.

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