Mercado imobiliário de São Paulo fechou 2024 com 18% de alta no valor de vendas
Foram comercializadas 101,9 mil unidades, e 101,5 mil novos imóveis foram lançados. O programa Minha Casa, Minha Vida impulsionou as vendas, especialmente no segmento econômico, que representou 62% dos lançamentos e 57% das vendas em novembro.
O mercado imobiliário de São Paulo encerrou 2024 com resultados recordes, conforme pesquisa do Secovi-SP. O Valor Geral de Vendas (VGV) na capital atingiu R$ 53,8 bilhões no acumulado de 12 meses - dezembro de 2023 a novembro de 2024 -, representando um aumento de 18% em relação ao ano anterior, quando o montante foi de R$ 45,6 bilhões.
Além do crescimento no valor de vendas, o número de unidades comercializadas também foi expressivo. No mesmo período, foram vendidas 101,9 mil unidades, enquanto os lançamentos somaram 101,5 mil novos imóveis no mercado paulistano.
A oferta de imóveis também seguiu em alta. Ao final de novembro, havia 56,7 mil unidades disponíveis para venda, sendo 49% imóveis na planta, 50% em fase de construção e 1% já estavam prontos para ocupação.
De acordo com a Secovi-SP, o desempenho do mercado foi impulsionado pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), tendo em vista que mais de 70% das unidades construídas pelo setor privado tiveram como destino famílias de baixa renda, enquadradas no programa habitacional.
Somente em novembro, os imóveis econômicos do MCMV representaram 62% dos lançamentos e 57% das vendas, totalizando 8.029 novas unidades e 5.316 comercializadas.
Financiamento também teve alta no último ano
Com os imóveis do MCMV em alta, o número de compradores que recorreram ao financiamento imobiliário para viabilizar a aquisição também cresceu. O financiamento pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizou R$ 154,2 bilhões entre janeiro e outubro de 2024, sendo R$ 116,2 bilhões destinados à aquisição de imóveis e R$ 37,9 bilhões para a construção.
Segundo a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), o financiamento é alternativa para tornar a compra mais acessível, mas é preciso avaliar as opções de crédito, as condições de prazos e pagamentos, e as taxas de juros. A recomendação é comparar as taxas cobradas por diversas instituições financeiras, que podem variar entre 2,9% e 10%.
Outras opções de aquisição também podem ser vantajosas para quem busca uma aquisição mais econômica, como o leilão de imóveis online ou presencial. De acordo com a Jusbrasil, imóveis adquiridos nessa modalidade podem ter preços entre 40% e 60% abaixo dos valores praticados no mercado convencional.
Com a possibilidade de participar remotamente, os leilões facilitam o acesso a compradores de diversas regiões, permitindo que interessados em imóveis para leilão em São Paulo possam participar de qualquer lugar do país.
Outra alternativa para economizar na compra é investir em imóveis na planta. Segundo informações do mercado imobiliário, apartamentos adquiridos nessa fase podem valorizar entre 15% e 40% durante o período de construção, representando uma oportunidade tanto para quem deseja morar, quanto para investidores que buscam retorno financeiro a médio prazo.
Veja o perfil dos imóveis mais vendidos
Os imóveis de dois dormitórios dominaram o mercado em novembro de 2024. Segundo a pesquisa da Secovi-SP, eles corresponderam a 64% dos lançamentos (8.282 unidades) e 62% das vendas (5.820 unidades) e 36% do VGV (R$ 2.041,0 milhões)
Além do número de quartos, a área útil também foi um fator determinante nas transações imobiliárias. Imóveis com metragem entre 30m² e 45m² foram os mais procurados, representando 66% dos lançamentos e 58% das vendas. Já os apartamentos de alto padrão, com mais de 180m², tiveram destaque no faturamento, liderando o VGV com 29% (R$ 1.654,4 milhões).
Entre as regiões da cidade, a Zona Sul liderou os indicadores do mercado imobiliário em São Paulo. No acumulado de 12 meses, a região concentrou 40% dos lançamentos (5.109 unidades), 35% das vendas (3.259 unidades) e 34% da oferta final (19.339 unidades). Além disso, o Valor Global de Oferta (VGO) na região atingiu R$ 15,5 bilhões, o equivalente a 39% do total registrado na cidade.
Enquanto isso, a Zona Oeste se destacou pelo maior índice de velocidade de vendas (VSO), atingindo 16,8%. O maior VGV também foi registrado nessa região (43%), somando R$ 2.421,9 milhões