Sabemos que um dos desafios que os data centers enfrentam é manter a temperatura sob controle. Esta necessidade tem impulsionado diferentes propostas que procuram abordá-la sem desencadear o consumo de energia, uma característica fundamental nestes tempos em que o mundo tenta ser mais eficiente no combate às alterações climáticas.
Nos últimos anos, vimos empresas como a Meta transferirem parte da sua infraestrutura informática para locais frios como Luleå, na Suécia, e a Microsoft testar num ambiente muito mais ambicioso: o fundo do mar das Ilhas Orkney, na Escócia. Agora é a vez da China. O gigante asiático aposta em data centers subaquáticos.
China se aventura em data centers subaquáticos
De acordo com a CGTN, a Beijing Highlander Digital Technology está perto de concluir a construção da primeira fase do “primeiro data center comercial subaquático do mundo”. É uma estrutura que, no total, será composta por 100 cabines com diversas unidades computacionais cada e que se beneficiarão dos benefícios do clima oceânico.
Especificamente, o data center está tomando forma perto da ilha de Hainan, no Mar do Sul da China. Para o responsável pelo projeto, Pu Ding, ele afirma que o equipamento “resfriará naturalmente” e terá entre 40 e 60% mais eficiência energética do que se operado em instalações convencionais na superfície.
Colocar data centers na água se traduz em vários benefícios, segundo Pu Ding. A densidade dos servidores pode ser maior, o que aumenta o poder computacional e, por operar preservado de poeira e oxigênio, eles terão maior durabilidade. O especialista não menciona, mas acreditamos que fazer qualquer tipo de reparo não será tão fácil no fundo.
Os engenheiros levaram quase 3 horas para posicionar corretamente a primeira cabine do projeto, que pesa 1.300 toneladas, 35 metros debaixo d’água. Lembremos que cada unidade está perfeitamente vedada para evitar qualquer tipo de vazamento que possa afetar os componentes que, convém ressaltar, não estão isentos de falhas.
A Microsoft, que não tem relação com o projeto chinês, verificou em seus testes que data centers subaquáticos são viáveis, embora também tenha deixado uma série de aprendizados para um implementação em escala futura. O acesso às unidades subaquáticas não é fácil, requer “mares atipicamente calmos e uma dança coreografada de robôs”.
Após os testes, a empresa de Redmond considerou levar seus data centers Microsoft Azure para as profundezas, embora isso não tenha se concretizado. A empresa chinesa, por sua vez, garante que o seu data center subaquático se destina a operar comercialmente e que não é um teste, mas servirá os clientes enquanto estiver em uso.
Imagens: CMG
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