Ozempic foi o medicamento mais comentado em 2023, para melhor ou pior. Esta droga é apenas a face mais visível de uma série de compostos conhecidos como agonistas do receptor GLP-1.
Revendo os efeitos. Agora, a agência responsável pela regulamentação dos medicamentos nos Estados Unidos, a FDA, está estudando possíveis novos efeitos colaterais desta família de tratamentos, originalmente concebidos para combater o diabetes, mas que ganharam popularidade como medicamentos para perder peso.
Esta investigação está limitada ao mecanismo de monitoramento da agência, o Sistema de Notificação de Eventos Adversos da FDA (FAERS). Trata-se, portanto, de uma investigação aberta em que os dados ainda estão a ser recolhidos.
A agência fala, portanto, de problemas potenciais de segurança. “Isso significa que a FDA identificou um potencial problema de segurança, mas não significa que (…) identificou uma relação causal entre o medicamento e o risco citado”, esclarece a página do sistema FAERS.
Perda de cabelo, aspiração e pensamentos suicidas. Os possíveis efeitos adversos adicionados ao sistema de monitoramento são três: queda de cabelo, aspiração (inalação acidental de objetos estranhos, por exemplo ao comer alimentos) e pensamentos suicidas.
Os medicamentos incluídos na lista são agonistas do receptor GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon, tipo 1). Esta família de medicamentos inclui semaglutida, liraglutida ou tirzepatida, compostos ativos em uma variedade de medicamentos comercializados sob diferentes marcas, de Ozempic a Zepbound.
Esses compostos foram originalmente concebidos como tratamentos contra o diabetes, mas sua aprovação como medicamentos contra casos de sobrepeso e obesidade disparou sua popularidade como método para perder peso.
O que já sabíamos. Até agora conhecemos alguns efeitos secundários destes medicamentos, muitas vezes relacionados com o aparelho digestivo, como náuseas, vômitos, dores de estômago, dores abdominais, diarreia e prisão de ventre; bem como dores de cabeça.
Os efeitos adversos mais graves detectados nesta família de medicamentos têm a ver, no entanto, com o possível aparecimento de insuficiência renal ou pancreatite. No entanto, também foi considerado um possível risco aumentado de desenvolver câncer de tireoide.
Vigilância em diversas frentes. A notícia foi divulgada poucas semanas depois da própria FDA alertar os consumidores sobre a existência de falsificações deste produto. A agência, portanto, recomendou prestar atenção a detalhes como números de série.
A declaração explica que foram registrados efeitos adversos leves entre os usuários dessas falsificações, “consistentes com as reações adversas do Ozempic autêntico, que são náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal e constipação”. Acrescentou, no entanto, que as agulhas destes não eram necessariamente esterilizadas, o que acrescentava outro risco ao seu consumo.
A falsificação destes medicamentos não é nova nem exclusiva dos Estados Unidos: em Outubro do ano passado, foram detectadas remessas falsificadas em países europeus, como a Bélgica. Em outros, como na Áustria, alguns pacientes foram hospitalizados após consumirem o falso medicamento.
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Imagem | Chemist4U, CC BY-SA 2.0 ESCRITURA