Os casos de resfriados, catarros e outros problemas respiratórios se multiplicaram nas últimas semanas. Muitos tiraram o pó das caixas de máscaras para se adaptarem à nova situação. Agora, duas comunidades anunciaram seu retorno oficial.
De volta às máscaras? As máscaras voltam a ser obrigatórias nos centros de saúde da Catalunha e da Comunidade Valenciana. A medida tenta limitar o avanço detectado nos casos de vírus respiratórios, principalmente influenza.
Não se sabe se existem planos noutras comunidades autónomas para implementar medidas semelhantes, mas há quem recomende a sua utilização nestes ambientes. A ministra da Saúde, Mónica García, convocou na segunda-feira o Conselho Interterritorial do Sistema Nacional de Saúde (CISNS) para discutir a situação.
Depois a mensagem enviada pela própria ministra através das redes sociais, na qual pedia aos cidadãos que usassem máscara em aglomerações e nos centros de saúde, é de esperar que a recomendação do ministério vá nesse sentido.
Os casos avançam. Tudo isto ocorre um dia depois de o Instituto de Saúde Carlos III (ISCIII) ter publicado o último relatório do sistema de vigilância da gripe e de outros vírus respiratórios, que compila dados da última semana do ano passado (25 a 31 de dezembro).
O relatório estimou a incidência de infecções respiratórias agudas (IRA) em 952,9 casos por 100 mil habitantes, sendo as crianças menores de quatro anos os grupos mais afetados. O principal culpado parece ser o vírus da gripe, com um percentual de positividade de 46%.
No caso das IRA graves (IRAG), que necessitam de cuidados hospitalares, a taxa passou de 21 casos por 100 mil habitantes na penúltima semana de 2023 para 28,7 casos na última semana. Neste caso, os grupos mais afetados são os maiores de 80 anos e os menores de um ano.
“Tripledemia”. A variante dominante é a influenza tipo A(H1N1)pdm09. Esta é a variante deste vírus que causou a pandemia de gripe de 2009 e 2010, daí o código “pdm09”.
Há quem tenha usado o termo “tripledemia” para se referir à situação atual, já que o vírus da gripe coexiste com outros dois, o Covid e o RSV, o Vírus Sincicial Respiratório. Os casos detectados destes dois vírus, no entanto, mostram tendências opostas.
Com 10,8% e 10,3% de positividade, respectivamente, Covid e VRS apresentaram tendência de queda na semana passada em relação à semana anterior ao Natal. Mesmo assim, teremos que esperar para compreender melhor os efeitos das reuniões familiares típicas destas datas.
Nova empresa. A gripe nas suas diversas variantes acompanha-nos desde tempos imemoriais e, desde o início de 2020, a Covid também se instalou no nosso ambiente. Mas esta monitorização múltipla também colocou outro vírus na mira das autoridades de saúde: o Vírus Sincicial Respiratório ou RSV.
Este vírus foi motivo de alarme no ano passado, quando encheu as urgências pediátricas do nosso país com casos de bronquiolite. Os casos não costumam ser graves, mas junto com a situação geral, esse terceiro vírus pode pressionar ainda mais o sistema de atenção primária.
Em Xataka | As pessoas estão esquecendo o que aconteceu com elas durante a pandemia (porque o trauma foi esquecido)
Imagem | Chema Artero/AP