Não é mais surpresa que a Netflix continue se desfazendo de séries alheias para aumentar seu catálogo. O último a juntar-se às suas posses por tempo limitado é ‘Sex and the City’, produzido originalmente pela HBO, e que a Netflix transmitirá na íntegra, pelo menos nos Estados Unidos, a partir de abril de 2024. Não é o primeiro e é certamente não será o último.
Sobre o que é o acordo? Segundo a Variety, a Netflix não adquiriu todos os desdobramentos da série, apenas os 94 episódios iniciais. Assim, os dois novos filmes e a nova série, ‘And Just Like That…’, atualmente exclusivamente na HBO Max, não estão incluídos no pacote. Não é a primeira vez que algo semelhante acontece: por exemplo, ‘Batma: A Série Animada’ foi licenciado apenas parcialmente pela Netflix. O Prime Video lançou este mês na íntegra.
O fim da guerra contínua. Como dissemos há alguns dias, a Netflix estava acabando com a alardeada guerra do transmissão ao toque de um talão de cheques. É o único que pode permitir-se, com base em licenças, alterar as regras do jogo como o faz. Não se trata mais de garantir que uma plataforma tenha conteúdos exclusivos mais atrativos, mas sim de ter os melhores conteúdos. Ver. Porque o público em geral não se importa com quem são ‘Friends’ ou ‘The Office’. Ele só quer saber onde pode vê-los.
O momento certo. Esta mudança nas regras do jogo coincide com um momento muito específico para todas as plataformas: o dos cortes de gastos. A HBO está nesse processo há mais de um ano, reduzindo orçamentos e licenciando suas séries para outras plataformas. O Disney+ continua se alimentando de séries exclusivas, mas seus anúncios de que aumentará as tarifas e buscará contas compartilhadas deixam claro que também passa por uma fase de cortes extensos. Apenas Prime Video, por enquanto, e graças ao talão de cheques em branco da Amazon ela pode se dar ao luxo de não pisar no freio.
Todo para Netflix. O fato de, como dissemos acima, o Disney+ não estar transmitindo séries alheias não significa que não abra mão de muitas das suas. Por enquanto, Marvel e Star Wars, maiores pontos fortes e atrações da plataforma, continuam exclusivos, mas a Disney transferiu recentemente 14 séries para a Netflix, incluindo ‘Those Wonderful Years’, ‘How I Met Your Mother’, ‘Lost’, ‘Prison Break’ ou ‘Uma falha crítica em casa’, além de ‘Grey’s Anatomy’, que já estava na plataforma rival.
Mudança de atitude. Na última comunicação da Netflix aos seus acionistas, o co-CEO Ted Sarandos deixou bem claro que este não é um fenómeno isolado ou uma decisão momentânea, mas sim uma política na qual apostarão abertamente a partir de agora. Ele definiu a plataforma como “o melhor comprador” neste novo panorama, o que implica que poucos conseguirão igualar suas ofertas para licenciar conteúdo de outras pessoas.
A história. É claro que a Netflix tem o poder de transformar séries cujo momento passou (ou que passaram despercebidas na época) em renovados sucessos. O caso mais claro é o de ‘Suits’, que virou fenômeno quando foi ao ar na Netflix há alguns meses, mas há mais: nos Estados Unidos, séries como ‘Breaking Bad’ ou ‘The Walking Dead’ viveram um segundo glorioso. vida graças ao alcance da Netflix.
As coisas mudaram. Em sua comunicação, Sarandos deixou claro que o panorama geral mudou, e não apenas a atitude da Netflix. Ou talvez tenha sido a Netflix que mudou a política dos seus concorrentes, tal é o seu poder: “Estou muito satisfeito que os estúdios estejam novamente mais abertos ao licenciamento e estou muito satisfeito por lhes dizer que estamos abertos à negociação”.
Cabeçalho: Warner
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