Esta manhã, na segunda tentativa, partiu para a Lua a missão IM-1 da empresa norte-americana Intuitive Machines. É também a segunda missão privada americana a navegar para o satélite nos últimos meses. Ela poderia ser a primeira a ter sucesso.
Lançar. Às 07h05, horário peninsular (CET), 01h05, horário local, a missão IM-1 com destino à Lua partiu do Complexo de Lançamento 39A (LC-39A) no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Ele fez isso a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9.
Demonstrar capacidades. Esta é a primeira missão da Intuitive Machines e tem como objetivo demonstrar a capacidade da empresa sediada no Texas em gerir uma missão lunar. A missão está a caminho de se tornar a primeira missão americana a pousar no satélite desde a Apollo 17 em 1972.
Mas o mais importante é tornar-se uma das primeiras empresas privadas a conseguir transportar cargas comerciais e científicas, explica a própria empresa. A missão começa no contexto da iniciativa CPLS (Serviços comerciais de carga útil lunar) da NASA, focado em criar uma presença permanente na Lua.
A missão permanecerá ativa durante sete dias na superfície lunar. Até que a noite lunar corte a fonte de energia do módulo.
Nova-C. A estrela desta missão é o módulo de pouso Nova-C. Este primeiro módulo foi denominado Odysseus pela empresa texana. Este veículo e módulo de pouso mede 4,3 metros de altura e 1,6 metros de diâmetro, com massa de 675 kg.
Possui motor líquido de metano e oxigênio para realizar as manobras necessárias ao pouso na Lua e possui diversos painéis solares para manter seus instrumentos conectados. Esta plataforma também será utilizada para testar sistemas de comunicação.
NASA e cargas comerciais. Vários experimentos da NASA foram instalados a bordo desta plataforma. Um exemplo são ROSAS (Observações de rádio da bainha fotoelétron da superfície lunar), cujo objetivo é analisar os efeitos do clima espacial na Lua.
Outro exemplo é o sistema de orientação a laser LRA (Matriz retrorrefletora a laser), um mecanismo que poderia ajudar os veículos a navegar na Lua. Também a bordo está o experimento SCALPSS (Câmeras estéreo para estudos de superfície de plumas lunares), câmeras destinadas ao estudo da pluma levantada pela interação entre o foguete Nova-C e a superfície da Lua.
Entre as cargas comerciais está um refletor térmico experimental criado pela Columbia Sportswear e EagleCam, uma câmera que se separará do módulo para capturar seu pouso. Uma obra criada por Jeff Koons também viajará a bordo.
A era da exploração privada. Esta é a segunda grande tentativa da NASA de liderar uma estratégia de comercialização para a exploração lunar. Há alguns anos, a agência espacial terceirizou muitas de suas tarefas, especialmente na busca pela abertura da proibição da “economia de órbita baixa”.
Isto traduziu-se em empresas como a SpaceX que se tornaram responsáveis por substituir a agência no transporte de pessoas e mercadorias para a Estação Espacial Internacional. Também abriu caminho para a chegada de projetos privados de novas estações espaciais que um dia acolherão trabalhos científicos nesta órbita.
Com missões como esta (e o malfadado Peregrine), a NASA está abrindo caminho para levar essa comercialização ainda mais longe, até o nosso satélite. Mais uma vez, empresas como a SpaceX estão a ser fundamentais, mas há cada vez mais agentes neste jogo. A viagem à Lua, porém, não é uma tarefa simples.
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Imagem | NASA/SpaceX