2024 marca um início de ano complicado, com demissões em muitas empresas de diversas áreas tecnológicas que cresceram excessivamente no calor do aumento da demanda por serviços digitais entre 2020 e 2022. Atualmente, a realidade do trabalho está condicionada pela escassez de talentos tecnológico para ocupar cargos de gestão e liderança no desenvolvimento de novos modelos de produção e serviços baseados em inteligência artificial.
Se esses cargos já são difíceis de preencher desde o início, o novo cenário competitivo entre empresas devido aos poucos perfis gerenciais disponíveis torna tudo ainda mais complicado.
A ‘Grande Renúncia’ resulta em escassez de talentos. Encontrar talentos especializados é um desafio em 2024, mas encontrar perfis para liderar os novos talentos que as empresas estão a contratar revela-se especialmente difícil. Segundo dados do último Relatório sobre Mobilidade do Mercado de Trabalho nas Fontes Fiscais elaborado pelo Ministério das Finanças, 15% dos cargos de gestão, que triplicaram o SMI, mudaram de emprego no último ano.
Os dados publicados por The Objective Eles ressaltam que 439.021 pessoas que se enquadram nesse perfil de gestores trocaram de cargo e acrescentaram apenas 6% ao seu quadro de funcionários, deixando um déficit de candidatos de 8,4% até que todas as vagas oferecidas fossem preenchidas.
Os gestores sucumbem à tentação económica. O Relatório do Ministério das Finanças revela também que este movimento tem ocorrido no sentido de níveis salariais mais elevados. Isto sugere que as mudanças de emprego em cargos intermédios e de gestão ocorreram num contexto de aumentos salariais ou de melhorias nas condições de trabalho.
O cenário é copiado do ocorrido durante a Grande Demissão no início de 2022, quando funcionários pediram demissão de seus cargos buscando melhorar sua qualidade de vida e empregos com melhores salários. De acordo com o relatório Evolução Salarial 2007-2023 elaborado pela EADA Business School e pela consultora ICSA, o salário dos cargos intermédios caiu 3,8% em Espanha em 2023, atingindo a faixa dos 43.062 euros, enquanto o dos gestores caiu 3,8%. aumentou 3,29%, mantendo-se em média nos 88.347 euros anuais.
Mais tempo procurando candidatos. A escassez de perfis gerenciais alonga os processos seletivos do candidato. Sílvia Balcells, diretora geral da consultora Synergie España, declarou O objetivo que, em média, demorava entre três e quatro meses para preencher uma vaga para um cargo intermediário ou gerencial. A escassez de candidatos faz com que esse processo seja mais demorado.
Mudanças estruturais em grandes empresas. No entanto, nem todas as mudanças de emprego ocorreram no contexto de demissões, mas o achatamento sistemático das estruturas das empresas, sobredimensionadas após anos de crescimento, também está a ter uma grande influência.
Empresas como Google, Meta ou Amazon estão a reduzir as suas equipas e a concentrar esforços e investimentos no desenvolvimento de um determinado tipo de produto, obrigando à saída de muitos destes gestores e cargos intermédios por duplicação ou dissolução da equipa que comandavam.
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