Era de se esperar, mas isso não significa que os números tenham sido uma verdadeira tempestade de areia para os concorrentes. A primeira sequência das adaptações dos clássicos do ópera espacial A metafísica de Frank Herbert arrecadou 81,5 milhões de dólares só nos Estados Unidos o que faz de ‘Dune: Part Two’ a melhor estreia dos últimos meses, superada apenas pela imbatível Taylor Swift e seu docuconcerto ‘The Eras Tour’, que arrecadou 93 milhões em outubro.
A este número espetacular somam-se 97 milhões de dólares nos mercados internacionais, o que dá um total de cerca de 178 milhões, o que já está perto de começar a recuperar o orçamento estimado de 190 milhões que o filme tinha. Claro que a esses 190 devemos somar os cerca de 100 de despesas de marketing e outros, ou seja, a trajetória financeira de ‘Duna: Parte Dois’ ainda tem um caminho a percorrer, mas ninguém sabe que o compromisso com a ficção científica séria direcionado a um público talvez diferente daquele das grandes franquias de programas está trazendo benefícios à Warner.
Não é o único triunfo do filme: ‘Dune 2’ tem 93% de crítica no Rotten Tomatoes e 95% de audiência, aos quais se soma um esplêndido A – a pontuação máxima – no Always Trust Cinemascore. Quer dizer que Nesta ocasião, Villeneuve deslumbrou a crítica e o público.. E no IMAX não foi nada mal: 18,5 milhões (ou seja, 23% da bilheteria dos EUA) em receita. Tal como aconteceu com Nolan, o apoio inequívoco de Villeneuve a este formato disparou as vendas de bilhetes em 70mm.
É preciso levar em conta também que o primeiro ‘Duna’ arrecadou 41 milhões de dólares em sua estreia, praticamente metade desta sequência. O que não é nada ruim, considerando que estreou simultaneamente na HBO Max. Mas terminou com uma arrecadação total de 402 milhões de dólares, talvez o único sucesso que a Warner teve em sua criticada política de lançamentos tanto nos cinemas quanto nas transmissões.
Algumas consagrações
Se ‘Duna: Parte Dois’ significa alguma coisa, além do fato de que a Warner encontrou uma lufada de ar fresco para multiplicar seu valor diante de sua venda futura cada vez mais rumores, é que há dois nomes próprios nele aos quais ele presta muita atenção. Um deles é Timothy Chalamet, que entre este e outro sucesso recente, ‘Wonka’, é definido como atração principal de (por enquanto) atração de bilheteria infalível. Outro é Denis Villeneuve, capaz de faturar sucessos de bilheteria épicos e filmes de autor que arrebatam as bilheterias como apenas um outro diretor consegue no momento: Christopher Nolan.
Tanto Villeneuve como Nolan têm uma queda pela ficção científica, onde alcançaram alguns dos seus maiores sucessos, mas não são avessos a dramas mais convencionais (embora Villeneuve não se tenha afastado do fantástico desde os seus primeiros filmes). Ambos têm a capacidade de reunir os elencos mais espetaculares da Hollywood atual e não têm problemas em fazer parte de franquias de sucesso.
Ambos devolveram, em suma, o nome do “criador” (embora nenhum negue que os seus gigantescos espetáculos são obra de uma equipa), ao primeiro plano do produto cinematográfico, em oposição aos quase obscuros artesãos que produzem produtos clones para Marvel., DC ou Star Wars. Tanto Villeneuve quanto Nolan deixam sua marca pessoal em seus filmes, sem que a personalidade desse autor se imponha ao que às vezes são sequências multimilionárias. Um equilíbrio complicado do qual poucos diretores podem se orgulhar atualmente.
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