A possibilidade de existir um nono planeta nos confins do nosso sistema solar tem obcecado os astrônomos durante anos, mas os esforços para encontrá-lo continuam infrutíferos. Depois de liderar a última busca, o homem mais próximo de provar a sua existência acredita que em breve o encontraremos.
O que é o Planeta 9. A ideia é tão antiga quanto a descoberta de Netuno, mas em 2016, os astrônomos Michael Brown e Konstantin Batygin inferiram a existência de um nono planeta além do gigante gelado a partir do estranho comportamento de alguns objetos transnetunianos, como asteroides no cinturão da Terra. • Órbitas de Kuiper que possuem órbitas altamente inclinadas.
Embora tenham sido propostas soluções alternativas, como um anel de matéria escura e um buraco negro que não se formou, o Planeta 9 é a explicação mais simples, segundo a dupla de astrônomos.
Também chamado de Planeta X, seria o quinto maior planeta do sistema solar. Um gigante gasoso com uma massa sete vezes maior que a da Terra, pairando a cerca de 500 ou 600 unidades astronômicas do Sol. Isso é bastante distante, considerando que Netuno está a 30 UA de distância e que cada UA equivale à distância entre a Terra e o Sol: 150 milhões de quilômetros.
Estreitando a área de pesquisa. Michael Brown, que além do Planeta 9 é conhecido por seu papel no rebaixamento de Plutão a planeta anão, liderou a última busca pelo objeto indescritível com a ajuda do telescópio de pesquisa Pan-STARRS1.
Embora a equipa de Brown não tenha encontrado nenhum Planeta 9 com o telescópio havaiano, o seu trabalho conseguiu estreitar consideravelmente a área de busca, descartando 78% do espaço paramétrico proposto para o planeta.
Este último esforço, somado a pesquisas anteriores com os observatórios Zwicky Transient Facility (ZTF) e Dark Energy Survey (DES), mantém a caça viva com 22% do espaço ainda inexplorado.
Uma agulha num palheiro. Os astrónomos analisaram a trajetória orbital do hipotético Planeta 9 em intervalos mensais, um processo equivalente a procurar uma agulha num palheiro devido à infinidade de objetos celestes que mudam de posição.
Para solidificar os resultados da pesquisa, eles introduziram mais de 50.000 Planetas 9 falsos nos dados. Conseguiram identificar 99,9%, o que reduziu a praticamente nada a probabilidade de ter perdido o verdadeiro Planeta 9.
O último esconderijo do Planeta 9. Embora o estudo tenha descartado a maior parte do espaço onde se previa que o Planeta 9 estaria, ainda temos 22% inexplorados na parte norte do plano galáctico e em regiões além de uma declinação de -30°. Ainda é um palheiro enorme, mas retiramos muita palha.
Se realmente existe um Planeta 9, a próxima grande esperança de encontrá-lo está no observatório Vera C. Rubin, cuja estreia está prevista para 2025 no Chile. Mesmo que o Planeta 9 continue a fugir-nos, Michael Brown acredita que o encontraremos em menos de um ano após este novo telescópio começar a funcionar.
Imagem | Kevin Gill/Elizabeth Gill (CC POR 2.0 DEED)
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