Raramente, se não mais, ocorreu uma data tão relevante no cinema de ficção. Duas obras essenciais para o gênero estrearam em 25 de junho de 1982, um ano particularmente interessante para o cinema comercial norte-americano. É também o ano de ‘Poltergeist’, ‘Conan, o Bárbaro’, ‘Encurralado’, ‘Tron’, ‘ET o Extraterrestre’ e ‘Star Trek II’. Um ótimo ano, uau. Embora o sino tenha tocado em 25 de junho.
Naquele dia chegaram aos cinemas ‘Blade Runner’ de Ridley Scott e ‘The Thing’ de John Carpenter, produções muito diferentes entre si mas essenciais para a compreensão da ficção científica dos anos oitenta. Um adaptou Philip K. Dick e estabeleceu as chaves para o preto futurista com uma visão de uma cidade futura e algumas reflexões sobre a inteligência artificial cujo eco ainda hoje percebemos. O outro tem, simplesmente, os melhores efeitos especiais da história do cinema, foi baseado num clássico dos anos cinquenta e acabou coroando John Carpenter como o mais importante diretor de filmes de terror e ficção científica de todos os tempos.
Ah sim. E ambos fizeram sucesso de bilheteria. ‘Blade Runner’ se saiu um pouco melhor: 30 milhões de orçamento estimado e 41,8 milhões em arrecadação, o que certamente não é nada digno de nota (para comparar com um exemplo dos mencionados acima, ‘Poltergeist’ custou 10 milhões e arrecadou 121,7). Claro, fechou as possibilidades de sequências ou filmes derivados.
Foi pior para Carpenter: orçamento de 15 milhões, apenas 19,9 milhões arrecadados. Além de uma produção angustiante e extremamente difícil (Carpenter sofreria uma infecção de pele devido às filmagens que nunca o abandonou), o filme foi massacrado pela crítica (a agora considerada magistral trilha sonora de Ennio Morricone foi indicada ao Razzie de Pior trilha sonora) e só na década de noventa o filme seria reavaliado como o clássico que é hoje. Um dia infeliz para dois filmes que hoje consideramos essenciais.
Em Xataka | Três obras-primas da ficção científica para começar no gênero e que você pode assistir em streaming