Falar sobre o futuro das baterias de carros elétricos é falar sobre CATL. A empresa reduziu pela metade o custo de suas baterias em apenas um ano, promete recargas de 10 minutos para atingir 400 quilômetros de autonomia e acredita ter a solução contra os principais inimigos das baterias de lítio: o frio.
A grande surpresa de começar abril não vem de nenhuma dessas frentes: vem da autonomia. A empresa apresentou uma bateria na qual promete 15 anos de garantia e 1,5 milhão (sim, milhões) de quilômetros.
Uma aliança importante. A CATL não conseguiu isso sozinha. Esta bateria nasce graças a uma aliança com a Yutong Heavy Industries que surge em 2022. Yutong é um grande grupo chinês focado em maquinaria pesada, com empresas como a Zhengzhou Yutong Bus Co Ltd sob a sua égide.
CATL e Yutong assinaram um acordo estratégico por 10 anos para trabalharem juntas, entre outros, no desenvolvimento de baterias para veículos pesados como ônibus, caminhões e máquinas de construção.
O que essas baterias prometem?. CATL e Yutong anunciaram uma bateria de fosfato de ferro-lítio (LFP) com garantia de 15 anos ou 1,5 milhão de quilômetros. Alguns números bárbaros completamente distantes das garantias atuais nos carros elétricos.
No caso da Tesla, a garantia da bateria é de oito anos ou 240 mil quilômetros para o Model S, e entre 160 e 192 mil no caso das variantes Model 3 e Model Y. Bons dados para ficar tranquilo durante toda a vida útil do o veículo, mas longe da promessa da CATL. Existe uma explicação simples.
Esqueça de aproveitá-los em seu carro elétrico. Esta bateria destina-se exclusivamente a veículos pesados. Alguns deles percorrem quase 300 quilômetros por turno. Se fizéssemos as contas simulando que o ônibus circula todos os dias do ano, seriam necessários pouco mais de 13 anos para completar o milhão e meio de quilômetros.
Uma figura brutal que abre portas ao esquecimento dos medos na adoção do autocarro elétrico nas gerações futuras. Estamos falando de baterias com densidade de 500 Wh/kg, praticamente o dobro daquelas que vemos nos veículos elétricos convencionais.
Baterias maiores e mais densas facilitam ciclos de vida longos, algo essencial em veículos pesados como ônibus ou caminhões.
Custos, a chave. A CATL prometeu em Janeiro que, até meados do ano, o custo das suas baterias LFP seria reduzido em 50%, um número surpreendente que nenhum analista até à data tinha conseguido prever.
Os avanços da CATL são fundamentais para a grande necessidade do carro elétrico: tornar-se mais barato para que deixe de ser uma opção apenas para poucos. A indústria já começa a apontar para as baterias LFP, que são mais duradouras e com vista a ajudar a atingir a cifra mágica que alguns fabricantes prometiam: conseguir carros elétricos entre 20 e 25 mil euros.
Imagem | Andrew Roberts (Unsplash)
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