Os eclipses representam uma oportunidade excepcional para fazer ciência. E a NASA sabe disso muito bem. Por isso quer aproveitar para realizar diversas experiências, para algumas das quais terá que recorrer a armas pesadas: foguetes.
Três foguetes. A NASA quer enviar três foguetes de sondagem para estudar os efeitos do próximo eclipse solar que ocorrerá no dia 8 de abril. Foguetes APEP (Perturbações atmosféricas em torno do caminho do Eclipse) irá analisar no local possíveis mudanças nas camadas superiores da atmosfera.
Esta não é a primeira vez que a agência espacial dos EUA utiliza APEPs. Esses foguetes já foram usados em outubro de 2023 para estudar os efeitos do eclipse anular do outono passado.
Agora os veículos foram recondicionados, explica a NASA em comunicado à imprensa. A agência irá lançá-los na segunda-feira a partir da Wallops Flight Facility, no estado da Virgínia, em horários diferentes. O primeiro voará 45 minutos antes do eclipse, o segundo durante e o terceiro 45 minutos após a conjunção. Os lançamentos podem ser acompanhados pela internet.
Estudando a ionosfera. A ionosfera é uma das regiões superiores da nossa atmosfera, estendendo-se entre 90 e 500 km da superfície da Terra. “É uma região eletrificada que reflete e refrata sinais de rádio e também impacta as comunicações via satélite à medida que os sinais passam por ela”, explica Aroh Barjatya, coordenador do projeto.
A ionosfera é formada por partículas carregadas pelo efeito dos ventos solares, por isso seu volume é maior na parte diurna do nosso planeta. Em contraste, à noite as partículas são neutralizadas
A questão a ser respondida é o que acontece na ionosfera com mudanças de curto prazo, como aquelas associadas a um eclipse.
Fazendo ciência. Esses foguetes não são os únicos veículos que a agência espacial norte-americana irá fretar. Nem os únicos experimentos que ele realizará. Durante o eclipse, a NASA estudará o eclipse a partir de sua aeronave WB-57.
Isto começará com câmaras e um espectroscópio, mas o seu foco não estará na nossa atmosfera, mas muito mais além, na “atmosfera” solar: a região que conhecemos como coroa. A coincidência do eclipse com o pico da atividade solar implica uma oportunidade única para o estudo desta região que está atualmente mais ativa do que a média.
O eclipse também será utilizado por muitas outras organizações de pesquisa, que estudarão seus impactos na meteorologia, na biologia e até no turismo.
Grande Eclipse Norte-Americano. O eclipse de segunda-feira cobrirá grande parte do continente norte-americano, do norte do México ao sudeste do Canadá. Muitas das áreas que serão cobertas pela sombra da Lua não verão um evento semelhante novamente durante décadas.
Talvez por isso o evento tenha gerado enorme expectativa. Ao longo de sua trajetória, o eclipse deixou alojamentos lotados e diversas regiões em estado de emergência.
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Imagem | NASA/Amir Caspi