A partir de hoje, a Telefónica pode orgulhar-se de ser uma empresa centenária. “100 anos a ligar a vida das pessoas”, como diz o seu spot publicitário, 100 anos em que desempenharam um papel crucial na história das telecomunicações.
Mas o que acontecerá a partir de agora? Como a empresa enfrentará os próximos 100 anos? José María Álvarez-Pallete, presidente da Telefónica, já o disse durante a apresentação do plano GPS: “Não somos mais apenas uma empresa de telecomunicações. Agora somos um supercomputador”.
A telefonia fixa, os celulares e a conexão à internet ficaram para trás. Agora estamos imersos maior mudança tecnológica da nossa história. E a Telefónica não quer ficar para trás, mesmo que seja com a ajuda de novos acionistas e deixando para trás tecnologias como ADSL e 3G.
Do CTNE de 1924 à Telefónica de 2024
Neste dia, há 100 anos, foi fundada a Companhia Telefónica Nacional de Espanha (CTNE) com um capital inicial de um milhão de pesetas. Nesses primeiros anos nasceu a operadora norte-americana ITT com o apoio de investidores espanhóis e do Marquês de Urquijo como primeiro presidente.
Naquela década de 20, foi construída a histórica sede da Gran Vía, começaram a ser implantadas redes por terra e por mar, chegaram os primeiros cabos submarinos, as primeiras ligações transoceânicas… Espanha teve que ser modernizada porque a Espanha estava meio século atrasada para o telefone.
A Guerra Civil praticamente paralisou os destacamentos e a procura, mas na década de 1930 lançaram os precursores do SMS, telefones e ocorreu a expansão internacional do serviço de voz. Foi na década de 40, quando as comunicações começaram a se popularizar e os números passaram a ter seis algarismos.
Naquela época, o Estado já detinha 80% do CTNE. Em 1953, quase trinta anos após a sua criação, a empresa atingiu o primeiro milhão de clientes. Na década de 1960, com a rede se tornando lentamente automatizada, as casas estavam cheias de telefones Herald e as ruas estavam cheias de telefones públicos.
As ações também se popularizaram graças às campanhas publicitárias de “Matildes” e “la Telefónica”, e a estação Buitrago de Lozoya tornou-se uma peça chave na chegada à Lua da Apollo 11. Os anos 70 trouxeram-nos, entre outras coisas, e o serviço de Telefone Automático em Veículos (TAV).
Na década de 80 viriam as primeiras exchanges digitais, os primeiros cabos de fibra óptica, Telefones gôndola e automação completa. Já na década de 90, a Telefónica deu o salto para a América Latina enquanto presenciávamos duas grandes revoluções tecnológicas do nosso tempo: a mobilidade (2G) e a internet. Em 1997, a empresa concluiu a sua privatização.
Entre 2000 e 2010, ao fazer aquisições no Reino Unido e na Alemanha,
Entre outros, a Telefónica estendeu o ADSL a toda a Espanha, lançou o 3G e mergulhou no conteúdo audiovisual com Imagenio, algo que explodiu definitivamente com Fusión e a compra de DTS (Canal+). Foi a semente do Movistar Plus+.
Na década seguinte, a fibra óptica prevaleceu sobre o ADSL, chegou o 4G e, com ele, explosão de smartphone. Nos últimos anos, vimos como a Telefónica tem implantado o 5G e embarcado em novos negócios, como alarmes, energia solar e seguros. Atualmente possui três grandes marcas, Movistar, O2 e Vivo, e tem foco em cinco mercados: Espanha, Alemanha, Reino Unido, Brasil e Hispam.
O futuro está nas novas tecnologias
Chegamos assim a 2024 e a um momento em que os operadores têm de procurar novas vias de rendimento para contrariar um setor cada vez mais deficitário. Estas fórmulas envolvem em grande parte tornar lucrativas as redes nas quais investiram tanto. O conhecido modelo de rede como serviço (Network as a Service, NaaS).
Para isso, a Telefónica, juntamente com outras operadoras, lançou o projeto Open Gateway, que se baseia em interfaces abertas que permitem acesso e programação. as capacidades das novas redes para os serviços mais avançados. Em colaboração com Orange, Vodafone e Deutsche Telekom, lançou também o Utiq, um novo serviço de publicidade digital.
Hoje, a empresa de telecomunicações tem 388 milhões de clientes em todo o mundo e obtém atualmente 76% da sua receita proveniente de conectividade e produtos digitais de próxima geração. Um papel importante é desempenhado por especialistas em negócios em nuvem, IoT, Big Data ou segurança cibernéticaque são oferecidos sob a marca Telefónica Tech.
As empresas de telecomunicações têm de procurar novas fontes de rendimento para contrariar um setor cada vez mais deficiente e uma dessas fórmulas é rentabilizar as suas redes.
Em Espanha, especificamente, a empresa continua a promover o seu assistente de voz virtual Aura, a expansão da fibra rural através da Bluevía e diversas atividades com start-ups e empreendedores através da Wayra. Sem falar no desligamento das redes 2G e 3G, e no último adeus ao ADSL depois de desmantelar mais de 126 mil toneladas de cobre e fechar mais de 4 mil fábricas.
No longo prazo, a Telefónica tem como objetivo alcançar a estabilidade acionária, recentemente abalada com a entrada da SEPI e do grupo saudita STC; A médio prazo, comprometeu-se a atingir emissões líquidas zero até 2040. Tudo isto multiplicando exponencialmente os dados gerados e partilhados, testando a capacidade das redes atuais.
Tecnologias como web3, computação, Inteligência Artificial, nuvem, metaverso, tokens digitais e blockchain já são realidade. e eles exigem uma nova conectividade com mais velocidade, menor latência e maior capacidade de armazenamento, processamento, customização e eficiência energética.
É aí que a Telefónica deve estar à altura das novas gerações de fibra que proporcionam velocidades de até 50 Gbps, WiFi 7 (e o que vier) e 5G que dá lugar ao 5G-Advanced primeiro e ao 6G depois. Caminhamos para um futuro em que as redes serão abertas, inteligentes, autónomas e programáveis, e onde a Telefónica não terá que conectar pessoas, você terá que conectar tudo.
Imagens | Telefone
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