O conflito que a Rússia tem com a Ucrânia e os países que fazem parte da NATO não se restringe aos campos de batalha. Durante os últimos dois anos, a tensão entre os países envolvidos manifestou-se noutras frentes, e um dos mais agressivos é a internet. Os ataques cibernéticos têm a capacidade de desestabilizar algumas organizações e infraestruturas críticas, razão pela qual são um recurso habitualmente utilizado pelas grandes potências para minar as capacidades dos seus rivais.
Neste contexto, a Alemanha acusou a Rússia de orquestrar vários ataques cibernéticos dirigidos às suas empresas dos setores aeroespacial e de defesa. Contudo, o Governo alemão não se limitou a queixar-se; Ele também antecipou que o passo em frente dado pela Rússia terá consequências. A embaixada russa em Berlim negou a participação do Governo liderado por Vladimir Putin nestas ações, mas outros países europeus apoiaram a acusação da Alemanha.
“É mais um passo hostil que procura incitar sentimentos contra a Rússia na Alemanha”
Esta declaração faz parte da mensagem emitida pela embaixada russa em Berlim com o objetivo não só de negar as acusações do Governo alemão; Também sugere a existência na Alemanha de uma corrente de pensamento que procura alimentar o ressentimento contra a Rússia. O problema (para a Rússia) é que a Alemanha não é o único país europeu que defende ser alvo de ataques cibernéticos orquestrados por Moscovo; A Chéquia, a Lituânia, a Polônia, a Eslováquia e a Suécia também afirmam ter recebido ataques cibernéticos da Rússia.
A liderança da OTAN e do Departamento de Estado dos EUA alinharam-se com a Alemanha e os outros países europeus que denunciaram os ataques cibernéticos russos
Como esperado, a liderança da NATO e do Departamento de Estado dos EUA alinharam-se com a Alemanha e os outros países europeus que denunciaram os ciberataques russos. Na verdade, a OTAN argumentou que os alvos da Rússia são organizações governamentais e infraestrutura crítica de seus inimigos.
Seja como for, esta crise está a causar um nervosismo ainda maior do que provavelmente provocaria noutro momento devido à proximidade das eleições europeias, que se realizarão entre 6 e 9 de junho.
As autoridades europeias temem uma possível interferência russa nestas eleições. Esta suspeita baseia-se, segundo o Governo alemão, na possibilidade de que tanto estes como Futuros ataques cibernéticos da Rússia são planeados e executados por um grupo estreitamente ligado à agência de inteligência militar de Moscovo.
Um porta-voz do Ministério do Interior alemão afirmou que os servidores de várias empresas que operam em setores críticos foram comprometidos e antecipou que a Europa implementará todas as medidas à sua disposição para prevenir, dissuadir e responder ao comportamento agressivo da Rússia em. ciberespaço.
Imagem | Tima Miroshnichenko
Mais informações | Reuters
Em Xataka | A Rússia possui um processador de 128 núcleos para supercomputadores. O que não tem é onde fazer.