O México enfrenta a sua peculiar crise de gelo. No meio de uma onda de calor, parte do país, incluindo a Cidade do México (CDMX), sofre um descompasso significativo entre a elevada procura e uma oferta limitada de cubos de água congelada. A escassez é suficientemente grave para que haja gente a reclamar nas redes sociais, algumas lojas limitam as compras por cliente e o assunto já chegou aos meios de comunicação do país, que alertam para a escassez de um recurso crucial para enfrentar a onda de calor.
A grande questão é por que?
Uma crise de gelo? Esta é a situação com que parte do México parece estar a lidar. Mídia como Universal, Tribuna, Excelsior e a Univisión relatam a “crise do gelo” que parte do país enfrenta, incluindo o CDMX. A escassez tem sido sentida em redes de lojas como OXXO ou Walmart, com estabelecimentos onde foram afixadas placas alertando que apenas é permitida a venda de três sacolas por cliente. Outros relatam diretamente que esgotaram seu estoque.
Em que áreas do país? Em maior ou menor grau, a escassez afetaria a Região Metropolitana do Vale do México e outras partes do país. Tribuna fala da falta de gelo de Guanajuato a Yucatán ou de como em Hidalgo existem áreas onde as empresas têm espaços vazios onde até pouco tempo atrás armazenavam blocos de gelo, situação que se repetiria em outros estabelecimentos de San Luis Potosí, Oaxaca ou Querétaro.
A mídia ou redes locais têm ecoado reclamações e problemas na obtenção de fragmentos valiosos de água congelada em CDMX, onde a escassez afetou redes de lojas como OXXO e Walmart, bem como empresas locais; Campeche, Toluca, Guanajuato, Hidalgo, Oaxaca, Querétaro, San Luis Potosí e outros estados, como Jalisco, Nueva León, Veracruz ou Yucatán.
“Estou negando gelo aos meus clientes”. O comentário é de Óscar, comerciante que explica Universal como a escassez de gelo na Área Metropolitana do Vale do México está afetando você. “Eu vendo em uma loja. O [bolsas de hielo] que tomei ontem e anteontem eles não têm mais, estou negando gelo aos meus clientes”, lamenta. Ele não é o único. “Ficamos uns dois dias sem gelo e quando trouxeram [los clientes] Esperaram na fila, esgotou em duas ou três horas”, diz outro caixa. E isso, especifica o jornal mexicano, apesar de as fábricas localizadas em frente à Central de Abasto na Cidade do México continuarem a gerar um significativo volume de gelo: Todos os dias vendem cerca de 75 toneladas.
Mas… Quais são as causas? A escassez é explicada por uma combinação de fatores. A escassez coincide com uma intensa onda de calor e fabricantes de gelo como o Fiesta ou o Club apontam para dois factores fundamentais que ajudam a compreender o fenômeno: a falta de água derivada da intensa seca que assola o país e os cortes de energia que coincidem com o aumento da temperaturas, o que leva as residências a usar ventiladores ou ar condicionado.
No dia 8 de Maio, por exemplo, o Centro Nacional de Controlo Energético declarou estado de emergência operacional durante cinco horas, o que por sua vez levou a apagões em várias partes do país. O incidente coincidiu com uma queda na geração eólica e fotovoltaica num dos piores dias da segunda onda de calor. As interrupções no fornecimento também afetaram a noite.
Não há novos registros. Ao analisar o que aconteceu, a empresa de gelo Fiesta deixa claro quais são os principais fatores. A situação, especificam na sua área de atendimento ao cliente, deve-se “às altas temperaturas, aos cortes de energia que temos sofrido nos últimos dias nas fábricas e à falta de água” provocada pela seca, um conjunto de circunstâncias que “limita capacidade de produção.”
“Não estamos mais cadastrando clientes nem vendendo produtos para pessoas/estabelecimentos que nos compram regularmente, devido às altas temperaturas, aos cortes de energia que temos sofrido nos últimos dias nas fábricas e à falta de água”, eles reconhecem as marcas de gelo para o Telediario. Todos esses fatores, dizem, “limitam a capacidade” do produtor de blocos congelados.
Olhando para o verão. Não é a primeira vez que o México enfrenta uma escassez de gelo. Aconteceu no ano passado, em vários pontos do país, coincidindo também com uma época de altas temperaturas. Agora o setor está de olho no verão, em julho, quando espera que a situação se inverta. É o que pelo menos aponta a empresa Fiesta: “Esperamos que até o mês de julho tudo se normalize”.
Imagem | Carl Campbell (Flickr)
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