Na semana passada soubemos das intenções do governo chinês, que num novo capítulo da guerra comercial com os Estados Unidos propôs um golpe único: proibir o uso do iPhone a centenas de milhares de funcionários em agências governamentais e empresas estatais. Isso seria um revés significativo para a Apple, que já sentiu os efeitos da potencial medida.
queda do mercado de acções. Após a notícia da potencial medida – ainda não eficaz – as ações da Apple despencaram 3% na quinta-feira e acumularam uma queda de cerca de 6% na semana passada, embora tenham conseguido se recuperar ligeiramente na sexta-feira.
Perdas de 200 bilhões de dólares. O tamanho da Apple é tão colossal que essas quedas percentuais equivalem a somas de dinheiro absolutamente enormes. Neste caso, o valor de mercado da empresa caiu em 200 mil milhões de dólares. As ações, que nos últimos dias haviam chegado a US$ 190, caíram para US$ 178.
Abandonar navio (chinês). A guerra comercial fez com que a empresa liderada por Tim Cook estivesse imersa há meses num longo processo que visa transferir parte da produção do seu iPhone – e de outros produtos – para países como a Índia. A dependência das fábricas chinesas é atualmente enorme e, de facto, metade dos smartphones da Apple são fabricados num gigantesco complexo em Zhengzhou, apelidado de “a cidade do iPhone” e onde a Foxconn tem várias fábricas.
Mas a China ainda é muito importante. Apesar do movimento, as vendas da Apple na China são parte fundamental do seu balanço de resultados. O gigante asiático foi responsável por um quinto da receita da Apple em 2022, e segundo o TechInsights a China superou a relevância dos EUA como mercado no segundo trimestre deste ano.
Cozinheiro e simbiose. Em março de 2023, Tim Cook visitou o país asiático pela primeira vez desde o fim da pandemia e lá declarou que a relação da Apple com a China era “simbiótica”. A empresa de Cupertino tem se curvado ao governo chinês há anos para poder fazer negócios lá, mas o anúncio do governo chinês pode representar um ponto de viragem nessa relação.
Talvez não seja grande coisa. Dan Ives, analista da consultoria Wedbush, destacou como o impacto da medida pode ter superestimado. Segundo ele, apenas cerca de 500 mil funcionários de órgãos governamentais seriam afetados pela medida, um número quase ridículo se levarmos em conta que a China, segundo o Statista, tem cerca de 55 milhões de funcionários públicos, tanto em agências como em estatais. empresas. Conforme indicado pela Reuters, até a China Mobile negou que fosse aplicar medidas para suspender as vendas do iPhone.
Surpresas da Huawei. Esses eventos ocorrem enquanto a Huawei apresentava recentemente seu Mate 60 Pro, um smartphone que surpreendeu tanto seu SoC, fabricado com tecnologia 7nm, quanto seu chip 5G. Os Estados Unidos já há algum tempo tentam transformá-lo em um pária tecnológico e atrapalhar sua estratégia e lançamentos, mas esse smartphone aparentemente superou esses problemas. Segundo analistas do Bank of America, o momento escolhido pela China para este potencial veto é “interessante”.
Imagens | Maçã
Em Xataka | A guerra tecnológica entre a China e os EUA tem agora um vencedor claro. E não é nenhum dos dois
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