Na semana passada, a China deu o sinal. O potencial veto aos iPhones em órgãos estatais pode ser um duro golpe para a Apple, que tem no gigante asiático um dos seus grandes aliados estratégicos. Essa proibição ameaça agora ser ainda maior, porque segundo a Bloomberg o governo chinês detetou possíveis problemas de segurança nos smartphones da empresa.
Do amor ao veto. Até pouco tempo atrás, o relacionamento da Apple com a China era excepcional (“simbiótico”, como Tim Cook chamava). A empresa de Cupertino tem como principal fonte de receitas o gigante asiático e isso tem causado sacrifícios muito discutíveis.
iPhones não são seguros. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse em entrevista coletiva em Pequim que “descobrimos que houve alguns incidentes de segurança relacionados aos telefones da Apple”. Estas declarações surgiram horas após o lançamento dos novos iPhone 15 e iPhone 15 Pro.
Um veto que poderia ser ampliado… Os rumores da semana passada causaram uma queda notável no mercado de ações das ações da Apple, que viu sua avaliação de mercado cair em US$ 200 bilhões em apenas alguns dias. Problemas teóricos de segurança poderiam justificar a ativação do veto e sua extensão tanto a agências governamentais como a empresas estatais. Existem 55 milhões de funcionários públicos na China, mas o número de funcionários de empresas estatais é ainda maior.
…mas tudo está no ar. A própria porta-voz acrescentou que “a China não emitiu leis e regulamentos que proíbam a compra de telefones Apple ou de marcas estrangeiras”. Para já, tudo é incerto sobre este possível veto, embora Mao também tenha apontado que a China dá “grande importância” à segurança, e todas as empresas que operam na China precisam de cumprir as suas leis e regulamentos.
Vingança para a Huawei? A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China teve como principal vítima a Huawei, que primeiro foi proibida de ter serviços e aplicações Google e depois foi atingida com mais restrições. A empresa tem sido o bode expiatório deste conflito internacional que tem muitas mais vertentes, e a China pode querer vingar-se atacando a empresa norte-americana, hoje a mais importante do mundo em valor de mercado.
Muito ruim para a Apple, ruim para a China. O potencial veto parece a priori ter desvantagens importantes tanto para a Apple como para a China: a empresa de Cupertino depende da gigante para boa parte dos seus processos de produção – está a tentar resolver isso, pelo menos parcialmente – e, claro, o mercado chinês, com 1,3 bilhão de habitantes, é muito suculento. A China também tem muito a perder (embora talvez não tanto): milhões de funcionários chineses trabalham nas fábricas que produzem dispositivos Apple, e esta pode ser uma estratégia do governo de Xi Jinping para garantir que continuam a ter vantagem na sua situação. relação comercial com a empresa Cupertino.
Em Xataka | O esforço da maior fábrica de iPhone 15 do planeta nos lembra que a Apple ainda depende da China
Reescreva o texto para BR e mantenha a HTML tags