O desvio da unidade. Dez dias depois de revolucionar a sua comunidade de desenvolvedores com o anúncio de um novo esquema de preços, a empresa decidiu dizer mea culpa, pedir desculpas aos seus usuários por não terem falado com eles e reconsiderar as mudanças na sua política de preços. Haverá novidades, mas não da magnitude das anunciadas na semana passada, quando apresentou uma tabela que causou indignação, ridículo e confusão entre seus usuários.
“Quero começar com isto: sinto muito”, reconhece o diretor da Unity Create, Marc Whitten, em carta publicada ontem no blog oficial da empresa.
O que aconteceu? O que foi intuído há alguns dias. A Unity Technologies cedeu às críticas que geraram sua mudança na política tarifária e decidiu suavizá-la com ajustes importantes. Para entender o que aconteceu e a carta lançada por Whitten é preciso voltar alguns dias, até terça-feira, dia 12, quando a empresa anunciou uma “atualização de preço e pacote para o plano Unity”. O objetivo, como dissemos então: cobrar com muito mais rigor pela utilização do seu muito popular motor gráfico multiplataforma.
Mas… O que ele anunciou? Mudanças relevantes que começariam a ser aplicadas a partir de janeiro e que contemplavam o pagamento da licença com base na quantidade de jogos instalados que utilizam o motor. Seu sistema tratava basicamente de receitas e instalações. Na prática, isso significava que os usuários que usassem o plano gratuito do Unity pagariam US$ 0,2 por instalação, desde que superassem a barreira de cópias e renda por 12 meses.
No caso dos usuários de seus outros dois planos de pagamento, a empresa propôs que a tarifa fosse de 0,15 ou 0,01 dólares – dependendo das instalações – quando ultrapassassem um milhão de dólares em 12 meses e um milhão de downloads. Para esclarecer os seus planos, a empresa californiana publicou uma tabela detalhada, o que não impediu que a sua proposta gerasse confusão e, sobretudo, críticas entre os utilizadores.
E o que ele fez agora? Reaja às críticas. A comoção entre a comunidade de desenvolvedores foi forte o suficiente para que, após cinco dias, Unity publicasse uma primeira mensagem pedindo desculpas pela “confusão e angústia” gerada e apenas dez dias após o anúncio Whitten assinou uma carta aberta na qual entoa abertamente o mea culpa e anunciou uma revisão de sua primeira proposta. A escrita começa claramente: “Sinto muito”.
O que diz a carta? A empresa assume que cometeu o erro de anunciar a sua nova política tarifária sem ter falado previamente com a sua comunidade. “Você é o que torna a Unity excelente e sabemos que devemos ouvi-lo e trabalhar duro para ganhar sua confiança”, reconhece Whitten: “Ouvimos suas preocupações e estamos fazendo alterações na política que anunciamos”. Suas palavras vêm após uma queda significativa nas ações da Unity Software, que passaram de US$ 38,8 na última terça-feira, dia 12, para US$ 31,6 na tarde de ontem.
O que você propõe agora? “Nosso plano Unity Personal permanecerá gratuito e não haverá taxa de execução para jogos criados com Unity Personal. Aumentaremos o limite de US$ 100.000 para US$ 200.000 e eliminaremos a exigência de usar a tela inicial ‘Made with Unity’”, diz a nova carta. começa a ser publicado pela empresa. Whitten também esclarece que nenhum jogo com receita inferior a US$ 1 milhão nos últimos 12 meses estará sujeito ao imposto.
A empresa também está considerando mudanças no Unity Pro e no Unity Enterprise. “A política de taxa de tempo de execução só será aplicada a partir da próxima versão LTS do Unity, que será lançada em 2024. Seus jogos enviados e projetos nos quais você está trabalhando não serão incluídos, a menos que você opte por atualizá-los para a nova versão do Unity, ” ele diz. A mudança é importante porque, lembra o The Verge, anteriormente propunha que a taxa fosse aplicada a todos os jogos que atingissem os seus limites, independentemente de já terem sido lançados ou em desenvolvimento.
Tem mais? Sim. Haverá empreendimentos aos quais será aplicada a nova tarifa, mas os seus criadores poderão escolher a opção que mais lhes convém. “Para jogos sujeitos à taxa de execução, oferecemos a opção de 2,5% de participação nos lucros ou o valor calculado com base na quantidade de novas pessoas que interagem com seu jogo a cada mês”, garante Whitten.
Imagem da capa: Unidade
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