Houve um tempo em que os dinossauros governavam a Terra. Porém Animais como os tiranossauros não foram os primeiros grandes predadores em habitar e dominar as terras emergidas. Milhões de anos antes deles, alguns de seus ancestrais já eram caçadores ferozes e temíveis.
Isso é demonstrado por um fóssil encontrado recentemente no sul do Brasil, próximo a São Gabriel, no estado do Rio Grande do Sul, próximo à fronteira com o Uruguai. É um crânio de 36 centímetros de comprimento, pertencente a um animal que viveu há 265 milhões de anos.
Isto ocorre 40 milhões de anos antes do início estimado do Triássico, o primeiro período do Mesozóico, a idade dos dinossauros. O crânio pertence ao maior predador terrestre conhecido do Permiano, o Pampaphoneus biccai.
O período Permiano estende-se entre cerca de 290 milhões de anos atrás e aproximadamente 250 milhões de anos atrás. Este é o período final do Paleozóico, antes do evento conhecido como extinção em massa do Permiano-Triássico ou “grande extinção”. Esta é a maior extinção em massa de que temos registo: estima-se que 86% das espécies existentes desapareceram.
O animal é um dos primeiros terapsídeos (Terapsida) e pertencia à ordem dos dinocéfalos (Dinocefalia). Os dinocéfalos eram um grupo variado, nem todos carnívoros, como é o caso dos P. biccai.
O novo crânio nos dá novas informações sobre este animal pré-histórico. Graças a este elemento, os pesquisadores conseguiram calcular as dimensões desses animais. Los P. biccai Eles poderiam atingir três metros de altura e 400 kg de peso.. Os detalhes da análise a que o fóssil foi submetido foram publicados recentemente em artigo na revista Jornal Zoológico da Sociedade Linneana.
“Este animal era uma fera de aparência distorcida e deveria ter evocado terror absoluto em qualquer coisa que cruzasse seu caminho”, explicou a peleontologista Stephanie Pierce em um comunicado à imprensa.
Não à toa, como explica Felipe Pinheiro, outro dos responsáveis pela pesquisa, na mesma nota, “seus dentes e arquitetura craniana sugerem que Sua mordida era forte o suficiente para mastigar ossos, mais ou menos como as hienas modernas.” Não é muito surpreendente se olharmos para a etimologia da palavra dinocéfalo: “cabeça terrível”.
Os pesquisadores também têm uma ideia de quais poderiam ser algumas das presas desse predador. Estas espécies variariam desde pequenos répteis, como o Rastodonte até mesmo grandes anfíbios, como Konzhukóvia.
“Sua descoberta é fundamental para fornecer informações sobre a estrutura comum dos ecossistemas terrestres pouco antes da maior extinção em massa da história. Uma descoberta espetacular que demonstra a importância global do registro fóssil do Brasil”, acrescentou Pierce.
Quanto ao papel do Pampaphoneus em seu ecossistema, Pinhero o compara aos grandes felinos modernos, foi o “maior predador terrestre que conhecemos do Permiano na América do Sul”.
Os pesquisadores acreditam que ainda pode haver mais. Uma mandíbula ainda por estudar faz com que suspeitem da possibilidade de o crânio de 36 centímetros deste espécime não pertencer a um espécime adulto.
Se for confirmado que a mandíbula pertencia a um Pampaphoneus, Seria o terceiro exemplar desta espécie encontrado na América do Sul. Além disso, poderia forçar os pesquisadores a revisar para cima o tamanho deste enorme animal.
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Imagem | Reconstrução de Pampaphoneus biccai, Márcio Castro
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