O julgamento antitruste a que o Google está sujeito trouxe à luz alguns dos dados mais impressionantes sobre o negócio de buscas deste gigante. Esses dias soubemos que a Samsung estava pensando em mudar seu mecanismo de busca padrão, mas acima de tudo que a Microsoft tentou vender o Bing para a Apple. No entanto, a empresa de Cupertino continuou a contar com o Google como motor de busca nos seus dispositivos, mas agora sabemos que isso pode mudar.
Pégaso. Conforme revelado na Bloomberg, a Apple trabalha há anos no desenvolvimento de seu próprio mecanismo de busca. Já sabíamos deste projeto, mas agora temos mais detalhes: seu codinome é “Pegasus”, e à frente desse projeto está John Giannandrea, que foi diretor do Google e agora é responsável pela divisão de aprendizado de máquina e IA na Apple.
Já usado no Spotlight e Siri. A tecnologia desenvolvida pela Apple já está sendo utilizada em alguns de seus produtos. Temos o melhor exemplo no Spotlight, o launcher e mecanismo de busca integrado ao iOS e macOS. Em suas duas últimas versões, o Spotlight oferece resultados que mostram sites que poderiam responder à consulta do usuário. Esta opção, que também tem sido utilizada no Siri, também tem sido promovida pelo Google e pelo Bing.
Um mecanismo de busca e um chatbot à vista? Segundo estas mesmas fontes, a Apple poderá em breve integrar estas opções de pesquisa de forma mais “profunda” tanto no iOS como no macOS, e fala-se também na possibilidade de reforçar esta tecnologia com as ferramentas generativas de IA nas quais a Apple também está envolvida. trabalhando sob a liderança de Giannandrea.
Aquisições interessantes. Em 2019, a Apple adquiriu a startup Laserlike, que havia sido fundada por ex-funcionários do Google e que tinha como objetivo criar uma plataforma de personalização, descoberta e busca de conteúdo web utilizando aprendizado de máquina. Embora vários líderes daquela empresa tenham regressado ao trabalho na Google, o resto da equipa ainda faz parte da Apple e a tecnologia que desenvolveram contribuiu sem dúvida para o desenvolvimento do projecto Pegasus.
Por enquanto, limitado. É importante ressaltar que essa tecnologia de busca que já começa a ser utilizada no Spotlight ainda é limitada se comparada ao que o Google é capaz de fazer. Ainda assim, é uma boa base para oferecer um mecanismo de busca completo caso a Apple decida fazê-lo no futuro.
O Google é melhor. Por agora. Eddy Cue, chefe da divisão de serviços da Apple, testemunhou na semana passada no julgamento antitruste contra o Google. Quando questionado sobre os motivos pelos quais utilizam o motor de busca Google por defeito nos seus serviços, Cue explicou que era o melhor motor de busca e “não havia alternativas válidas” para eles.
Uma enorme ameaça. E ainda assim, o desenvolvimento do Pegasus aponta para uma possibilidade preocupante para o Google: que a Apple acabe lançando seu próprio mecanismo de busca e o torne a opção padrão em seu iPhone, iPad e Mac. Isso seria um grande golpe para o Google, que paga uma fortuna para a Apple para que as buscas em iPhones e outros produtos sejam realizadas através de seu mecanismo de busca. Isso, é claro, gera uma renda enorme para quem mora em Mountain View.
Ao controle. A situação é análoga à que a Apple viveu com a Intel: ela dependia dela para seus Macs até lançar seu Apple M1 em 2020. Eles deram o mesmo passo muito antes com o iPhone, que a partir do iPhone 4 em 2010 já utilizava os primeiros chips desenvolvidos pela Apple. A empresa vem eliminando as dependências dos fabricantes em seus dispositivos para conseguir um controle quase absoluto de todo o ciclo de desenvolvimento, e isso agora também poderá acontecer com buscas e, quem sabe, com publicidade.
Imagem | Htt htt
Em Xataka | A Apple triplica a receita de publicidade com uma técnica que nunca falha: tropeçando em seus rivais
Reescreva o texto para BR e mantenha a HTML tags