A cordilheira de Javalambre, ao sul da província de Teruel, esconde uma infraestrutura de exploração espacial relativamente pouco conhecida: o Observatório Astrofísico de Javalambre (OAJ). O observatório acaba de embarcar num dos seus projetos mais ambiciosos, um levantamento em grande escala do universo que nos rodeia.
EU NÃO. O OAJ já iniciou aquele que será seu grande levantamento do universo, o Javalambre Physics of the Accelerating Universe Astrophysical Survey (J-PAS). Os responsáveis por este projeto esperam poder detectar centenas de milhões de galáxias desde o cume do Pico del Buitre, na cordilheira de Teruel.
E já começaram o seu trabalho de mapeamento do cosmos em três dimensões. O objetivo do projeto é analisar milhares de graus quadrados ao longo da próxima década e por enquanto começou examinando os primeiros 15 graus quadrados, área da abóbada celeste equivalente à área de 60 luas.
Este projeto vai além do simples mapeamento espacial: os responsáveis buscam entender melhor como o nosso universo se expande. Com os dados já compilados, o levantamento já tem informações suficientes para mapear um milhão de estrelas e galáxias segundo cálculos dos responsáveis pelo projeto.
OAJ. O Observatório Astrofísico de Javalambre será a infra-estrutura chave para realizar esta tarefa. O observatório de Teruel abriga o telescópio JST250 e a câmera JPCam, o “tandem” que os astrônomos usarão para retratar o universo nos próximos anos.
JST250 e JPCam. O telescópio JST250 de 2,5 metros é uma espécie de telescópio “grande angular” para exploração espacial. Funcionará em conjunto com a câmera “panorâmica” JPCam, com seu sensor de 1,2 bilhão de pixels (1,2 gigapixels), a segunda maior câmera astronômica do mundo, conforme lembrado no projeto.
A câmera integra 56 filtros fotométricos criados especificamente para trabalho J-PAS. Graças a eles, podem ser tiradas fotos em diversas frequências e assim obter informações espectrais dos diversos objetos mapeados por este levantamento.
“A JPCAM é um protótipo, no sentido de que não existe outra câmera igual no mundo. Os 14 detectores CCD de grande formato que estão integrados no instrumento foram desenvolvidos especificamente para este projeto, bem como o seu complexo controle eletrônico e o próprio filtro J-PAS”, explicou Antonio Marín, vice-diretor da OAJ, em comunicado de imprensa. .
J-MAIS. O trabalho de preparação para o J-PAS foi intenso. A calibração dos instrumentos foi realizada com base em um projeto anterior, Javalambre Photometric Local Universe Survey ou J-PLUS.
CEFCA. J-PAS é um projeto internacional liderado pelo Centro de Estudos de Física do Cosmos de Aragão (CEFCA) e pelo Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA-CSIC). A equipe é formada por 250 pesquisadores de 18 países.
Mapear o universo que nos rodeia com maior precisão pode ajudar-nos a resolver algumas das questões mais candentes da astrofísica contemporânea. A velocidade com que o universo se expande é fonte de uma das grandes polêmicas, pois diferentes formas de medir a constante de Hubble que se refere a essa velocidade nos dão resultados diferentes.
A expansão do universo tem sido associada a um conceito misterioso que chamamos de energia escura. Essa energia poderia representar a maior parte de tudo que “existe” no universo, mas ainda é algo que, assim como a matéria escura, escapa à nossa compreensão.
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