Poucos nomes evocam melhor o conceito de “horror cult” do que o de Ti West, um diretor com filmes tão interessantes como ‘A Casa do Diabo’ ou ‘O Sacramento’. Sua proposta recente dentro do gênero terror é tão sugestiva quanto ambiciosa: uma trilogia de filmes conectados por uma tênue trama. O terceiro (‘MaXXXine’) ainda permanece inédito, o segundo (‘Pearl’) já foi visto aqui e ali e o que inaugura a trilogia é este ‘X’ que acabou de chegar na Netflix.
O X no título refere-se, é claro, a a qualificação que o cinema pornográfico orgulhosamente exibe. Neste caso, temos uma pequena equipe que filma pornografia no final dos anos setenta, de forma semi-clandestina e com táticas de guerrilha. O cenário que escolheram para a sua mais recente produção será um dos maiores erros das suas carreiras: num ambiente rural no Texas, ao lado de uma casa habitada pelo que parece ser uma dupla de idosos pacíficos.
West dá o seu melhor com este filme que transborda de amor pelo cinema feito com quatro dólares, seja pornô ou cinema. Cortadores barato e rural, cujo sucesso começou com ‘The Texas Chainsaw Massacre’. Neste caso a festa, cheia de sangue, suspense e humor, é apimentada por um casal de excelentes presenças femininas. Por um lado, a obscura Mia Goth, que vimos em filmes de gênero como ‘The Wellness Cure’, e que também estrela (em outros papéis) os demais filmes da trilogia.
A outra surpresa do elenco é Jenna Ortega, pouco antes de ficar famosa no mundo todo com ‘Wed Wednesday’. Aqui ela interpreta a responsável pelo som do set, e completa um elenco muito pequeno de atores, mas com muito carisma: o toque final perfeito para um filme modesto, mas muito poderoso, e que com o passar dos meses se torna um dos segredos mais bem guardados do gênero nos últimos anos.
Em Xataka | Como um dos filmes mais violentos e perversos dos últimos anos se tornou um fenômeno de bilheteria