Há alguns anos, em Xataka Estávamos falando sobre o “reinado do FP” e como é possível que AGORA existam mais ofertas de formação profissional do que estudos universitários nas ofertas de emprego. Contamos como esse modelo educacional passou de associado a alunos “medíocres” e visto como um segundo curso de sua irmã, a Universidade, para se tornar um dos principais motores da economia do país e uma ferramenta fundamental de emprego jovem.
As coisas mudaram desde então. E para melhor. O PF já está bem estabelecido como uma grande porta para o mercado de trabalho. De fato, os alunos que o frequentaram viram um aumento de 500.000 pessoas em comparação com 10 anos atrás. A razão está lá fora, na Europa, que já luta para atrair os nossos estudantes de formação profissional.
Os dados. O número de alunos não para de crescer. Na verdade, o registo aumentou 43,3% nos últimos cinco anos e os jovens apresentam uma taxa de empregabilidade superior à dos estudantes universitários. Quase 83% dos estudantes de EFP encontram trabalho antes dos quatro anos enquanto os universitários não chegam antes dos cinco anos, segundo o relatório Panorama da Educação 2023, publicado pelo Ministério da Educação.
Resumindo: ter um diploma universitário já não garante um futuro emprego como antes. E mais em vista do dados do Serviço Estadual de Emprego, SEPE, que indicam que a taxa de desemprego desce para apenas 7,56% entre os diplomados da Formação Profissional Intermédia e 6,91% entre os diplomados do Ensino Superior. Ou de último relatório da Adecco que sugere que 41,3% das ofertas de emprego são direcionadas a pessoas com PF.
Oportunidades na Europa. Mas o FP não é procurado apenas em nosso país, mas também no exterior. Na verdade, cada vez mais Empresas europeias à procura de perfis que concluíram ciclos de Formação Profissional em Espanha para os contratar em países como a Alemanha, a Dinamarca, os Países Baixos, a França ou a Bélgica, países ávidos por profissionais técnicos dada a escassez de mão-de-obra de que dispõem. Empresas europeias Oferecem entre 3.000 e 3.800 euros por mês por vezes com cursos de línguas, viagens ao país de destino ou alojamento incluído, segundo dados da CEAC.
“Ao mesmo tempo que cresce a procura europeia por estudantes espanhóis, que no caso alemão aumenta 20% e no caso belga cerca de 17%, aumenta também o interesse dos estudantes em ir para o estrangeiro”, explica Juan Francisco Jiménez, CEO .do CEAC FP, neste artigo do El País. Ele ressalta que empresas como Continental Automotive Technologies, POD Int. Personalberatung GmbH, Hofmann, DHL, Cargill, Icl-Ip Terneuzen ou Yara Sluiskil exigem recém-formados em EFP, devido à alta qualidade do sistema educacional nacional.
A tendência. Esta forma eficaz y rápida de cumplir con las reclamaciones del propio mercado laboral, de encontrar un empleo y de tener la posibilidad de continuar con estudios superiores en la universidad una vez completada la FP han hecho que estos grados sean una opción cada vez más recurrente para os jovens. E é algo que o Governo apoia: na sua Relatório do plano 2050 Uma das principais prioridades é aumentar a percentagem da população com estudos de EFP de 11% para 17%. Para o efeito, desde 2019, o orçamento do Governo atribuído ao PF aumentou 865%.
E este sistema de formação não vai parar de crescer porque a União Europeia está a trabalhar para consolidar o Espaço Europeu da Educação, onde Os graus de Formação Profissional serão homologados em todos os países europeus. Algumas empresas alemãs e dinamarquesas já oferecem esta facilidade aos técnicos para que os assinem.
Porque? Segundo alguns especialistas em este artigo do El Economista, a chegada de novas tecnologias como a automação ou a IA e a expansão da digitalização fizeram com que mais de uma especialização exigisse novos conhecimentos. But também pessoal que possa colocar em prática o conhecimento de um engenheiro. E é algo que os técnicos da FP conseguem suprir bem.
Além disso, como mencionamos antes, em muitos países falta de mão de obra em certos sectores produtivos, especialmente na Alemanha, Dinamarca, Países Baixos ou França. E isso abriu as portas para uma luta nestes países para atrair profissionais técnicos espanhóis.
Em quais setores? Segundo dados do CEAC, as três áreas profissionais onde os colaboradores provenientes da FP são mais requisitados são a indústria mecânica, onde são necessários técnicos superiores de projecto e outros perfis como soldadores. Também o sector da electricidade e da electrónica, onde tudo, desde especialistas na instalação de cablagens até técnicos superiores em sistemas eletrotécnicos e automatizados. E na área de computação e comunicação, que exige de tudo, desde desenvolvedores de aplicativos até administradores de sistema.
Imagem: Unsplash (ThisisEngenharia RAEng)
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