Há alguns anos, nenhum país considerava modificar a distribuição da jornada de trabalho, muito menos reduzi-la. No entanto, o aumento forçado do teletrabalho durante a pandemia mostrou que outros modelos eram possíveis. A semana de trabalho de quatro dias é uma das propostas que mais desperta interesse entre empresas de diversos países do mundo.
Desde 2021, foram realizados vários testes-piloto: Coreia do Sul, Reino Unido, Portugal e Espanha foram alguns dos que foram concluídos com sucesso, a que se junta o primeiro teste no continente africano, cujos resultados acabam de ser divulgados. resultados revelados.
Teste sul-africano: 26 empresas, 470 funcionários. O da África do Sul é o primeiro teste deste tipo no continente africano. Os investigadores responsáveis pelo programa piloto mostraram-se satisfeitos com os bons resultados obtidos, tanto para os trabalhadores como para os empregadores. Neste primeiro projeto piloto participaram 26 empresas locais, somando um total de 470 colaboradores.
El experimento ha sido supervisado por la organización sin ánimo de lucro 4 Day Week Global mediante su oficina local, junto a investigadores de Boston College y Stellenbosch Business School, que se han encargado de monitorizar los datos de productividad y de satisfacción de los empleados durante toda la prova.
Seguindo na esteira dos testes na Europa. O modelo utilizado no programa piloto sul-africano tem sido o 100-80-100, em que se mantém 100% da produtividade, trabalhando 80% da jornada habitual e mantendo 100% do salário.
Para manter a mesma produtividade com 20% menos tempo, as empresas passaram por um processo de otimização em que foi eliminado o “trabalho vazio”, ou seja, todos os processos obsoletos, duplicados ou ineficazes. Entre eles, a redução drástica do número de reuniões e a utilização de novas ferramentas e softwares de gestão mais eficientes.
Concluído este processo de transformação digital, inicia-se a fase prática e inicia-se o turno semanal de quatro horas, em que os colaboradores alternam os dias de folga, permitindo à empresa funcionar cinco dias por semana. A professora Juliet Schor, do Boston College, afirmou que: “A estratégia de reorganização do trabalho foi bem-sucedida e o desempenho foi alcançado não pela aceleração das tarefas, o que não é sustentável nem desejável, mas pela otimização delas”.
Empresas satisfeitas, funcionários mais leais. Terminado o teste, os investigadores processaram os resultados e chegaram a conclusões muito semelhantes às dos testes no Reino Unido ou em Valência: a jornada de trabalho de quatro dias consegue manter ou aumentar a produtividade em alguns casos, e melhora substancialmente a satisfação e a lealdade à empresa por parte dos funcionários. “Os funcionários podem produzir uma produção maior em quatro dias em comparação com o que normalmente produziriam em cinco dias”, disse Tasneem Motala, professor sênior da Stellenbosch Business School.
92% das empresas participantes no teste planeiam continuar com este modelo de semana de trabalho de quatro dias e relatam um aumento na produtividade. “A semana de quatro dias apresenta uma rara combinação de benefícios tanto para empregados como para empregadores, melhorando o bem-estar, a produtividade e a organização do trabalho”, disse o professor Mark Smith, da Stellenbosch Business School, que liderou o estudo, num comunicado.
Os resultados após o teste refletem melhor retenção de funcionários, redução de demissões em 11%, e menos 9% de absenteísmo. 51% dos funcionários exigiriam um aumento salarial significativo para retornar à semana de cinco dias, enquanto 13% não retornariam em hipótese alguma. Os benefícios relatados pelos colaboradores incluem redução do estresse e da fadiga, aumento do tempo livre para a família e prática de exercícios físicos.
Prova pouco ambiciosa de que haverá uma segunda parte. Ao contrário de outras, como a que decorreu em Valência, a prova sul-africana foi pouco ambiciosa. Neste primeiro teste, os investigadores selecionaram empresas do setor de serviços empresariais (consultoria, logística, etc.), em vez de abrirem o leque a diferentes setores e perfis empresariais.
Como resultado, os testes foram bastante homogéneos em todas as empresas participantes, mas não foram capazes de avaliar o impacto da semana de trabalho de quatro dias no resto da população. No teste de Valência, registou-se um impacto negativo no comércio a retalho, mas aumentou a frequência em centros desportivos, de lazer e de cuidados primários.
A organização já anunciou que em breve realizará um segundo ensaio na África do Sul com uma base de participantes mais variada para ampliar o escopo da pesquisa.
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Imagem | Pexels (Magda Ehlers, RF._.estúdio)