O radão é um gás natural, mas a sua concentração pode criar um risco para a saúde. A tal ponto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) o classifica como uma das principais causas de câncer de pulmão.
Novo plano. Na semana passada, o Conselho de Ministros aprovou um novo Plano Nacional que visa combater o radão e minimizar o seu impacto na saúde dos espanhóis em geral e dos trabalhadores em particular.
O gás. O Radão (Rn) é um elemento que pertence à categoria dos “gases nobres”, elemento 86 da tabela periódica. É também uma fonte de radiação natural que, em determinadas concentrações, é prejudicial à saúde humana.
Este risco é mínimo em espaços abertos, mas é importante em espaços fechados, “mesmo em concentrações moderadas”, conforme observado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Como gás, é incolor, inodoro e insípido, podendo ocorrer naturalmente em três formas isotópicas, duas delas (radônio 222 e 220) de especial interesse por apresentarem maiores riscos.
O radônio 222, o mais perigoso entre eles segundo a própria AIEA, pode ser produzido naturalmente como produto da decomposição do urânio 238 ou do rádio 226. O primeiro desses elementos pode ser encontrado naturalmente em uma ampla variedade de terrenos, enquanto o segundo está ocasionalmente presente em materiais de construção.
Principais causas do câncer. A OMS lista esse gás como uma das principais causas do câncer de pulmão, atrás apenas do tabaco. Estimativas desta organização dependentes da ONU atribuem o radão a entre 3% e 14% dos casos de cancro deste tipo atribuíveis ao gás.
Segundo a própria OMS, a probabilidade de sofrer de câncer aumenta 16% a cada aumento na concentração desse gás de 100 becquerels por metro cúbico (Bq/m³), sendo o becquerel uma unidade de medida que mede a atividade radioativa.
Mapeamento de radônio. Este gás pode ser encontrado em numerosas zonas de Espanha em concentrações dignas, pelo menos, de monitorização. O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) é um dos órgãos responsáveis por esta vigilância em Espanha. Em 2017, ele criou um mapa para identificar as áreas com maior concentração de radônio, que identificou as áreas com maior concentração desse gás.
O “mapa do potencial de radônio na Espanha” foi criado a partir de 12.000 medições de radônio em residências. A partir dessas medições foi criada a medida “potencial de radônio”, baseada no percentil 90 dessas medições em uma determinada área. Ou seja, se fizermos medições em vinte residências de uma cidade, a medição será a da segunda residência onde for detectada a maior concentração.
O mapa identifica as diferentes concentrações em incrementos centesimais do potencial de radônio, medido em Bq/m³. Áreas com concentração igual ou superior a 300 Bq/m³ foram classificadas como áreas prioritárias de atuação.
E onde está? Estas áreas de acção prioritária estão espalhadas por diferentes zonas da Península, mas são mais extensas na metade ocidental e especialmente na Galiza, onde 70% dos terrenos se enquadram nesta categoria. O Maciço Ibérico, desde a Galiza até à Andaluzia, é a zona geológica onde se encontram mais áreas deste tipo.
Outra área com inúmeras áreas nesta faixa são os Pirenéus em grande parte da sua extensão. O mapa identifica também algumas áreas isoladas, como a costa catalã, Almería e Granada, bem como as duas ilhas mais populosas do arquipélago das Canárias, entre outras.
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Imagem | Eneko Lakasta, CC BY-SA 2.0 ESCRITURA