‘LEGO Fortnite’ se tornou um dos sucessos do ano na indústria de videogames. O choque de duas franquias com rentabilidade comprovada resultou em um jogo que não é exatamente uma variante do popular batalha real no modo grade, mas está mais próximo de outro colosso de acumular peças e construir abrigos: ‘Minecraft’.
Quando a Epic abriu os servidores em 7 de dezembro às 13h, horário espanhol, para os jogadores acessarem este novo modo de jogo, eles ficaram inativos por vários minutos e filas de espera incomuns foram geradas para entrar no jogo. Durante alguns dias, o sucesso foi indiscutível: ‘LEGO Fortnite’ (uma expansão gratuita e de acesso aberto para todos os jogadores de ‘Fortnite’) ultrapassou em muito um milhão de jogadores, enquanto o clássico ‘Fortnite’ rondou os 300 mil.
A verdade é que havia expectativa em torno desta modalidade: vem sendo comentado desde que a Epic Games anunciou a novidade após o espetacular Big Bang (iniciado no dia 3 de dezembro) de seu jogo, um de seus grandes eventos que costuma gerar mudanças na franquia. Entre outras novidades vieram skins de Solid Snake de ‘Metal Gear’ e Peter Griffin de ‘Uma Família da Pesada’, trem que circula pela ilha, novas mecânicas para o modo clássico e outros dois modos aguardados e elogiados, um deles baseado em ‘Metal Gear’. Rocket Racing’.’ e outro sobre criação musical idealizado pela Harmonix.
A estratégia é clara: ao se aliar ao LEGO, ‘Fortnite’ poderia estar se distanciando daquele poderoso gerador de cenários, objetos e edifícios que é o ‘Minecraft’, ao mesmo tempo em que retorna às suas origens, quando antes do batalha real, ‘Fortnite’ (seu próprio título está lá como um testemunho daqueles tempos) foi apresentado como um jogo sobre sobreviver a ondas de ataques noturnos de zumbis com edifícios criados durante o dia. Não esqueçamos que ‘Minecraft’ continua sendo o videogame mais jogado do mundo (e junto com ‘League of Legends’ e o próprio ‘Fortnite’ formam o trio de títulos imbatíveis no ranking mais popular).
E isso é apenas o começo: Epic e LEGO querem continuar lançando jogos em que os dois universos colidam, conforme comunicaram ao anunciar a colaboração das empresas. Também neste ano veremos como os elementos LEGO são acessíveis nas ferramentas do Modo Criativo ‘Fortnite’ e no Unreal Engine para ‘Fornite’. Mas… qual é o verdadeiro alcance desta colaboração?
A grande explosão
Embora seja muito complicado falar em termos de “trama” em ‘Fortnite’, a verdade é que a Epic pseudojustificou sua tradição um multiverso que permite o uso de franquias do mundo real. Cada uma dessas “galáxias” (que é o nome dado aos diferentes universos de ‘Fortnite’) tem suas próprias regras e seus próprios personagens, e seria cansativo detalhar todos eles: vários da Marvel, DC, Universal, Rick e Morty, da Hasbro e muitas outras franquias que têm sua representação correspondente no jogo.
Mas ao contrário de muitas destas galáxias, que nascem como eventos limitados no tempo, o mesmo não vai acontecer com o trio de novas dimensões que Fortnite inaugurou simultaneamente (os já mencionados ‘LEGO’, ‘Rocket Racing’ e ‘Fortnite Festival’) . Assim como épico comunicado em um tweet alguns dias depois e em resposta às dúvidas dos jogadores, “vendo que se fala dos nossos jogos recém-lançados e que as pessoas estão preocupadas que não fiquem, esclarecimento: “Estes são novos jogos completos, não eventos limitados.”
O que Fortnite conseguiu com este evento é que o Metaverso, uma das palavras mais usadas no cenário tecnológico atual (lembra quando se falava em non-stop, há poucos meses?) mais uma vez tem algum valor. Isso é a prova de que não são necessários investimentos tecnológicos milionários para construir um metaverso consistente, mas que os videogames já são metaversos funcionais, e não há necessidade de vesti-los com palavras bombásticas.
Ao estabelecer esses diferentes mundos e ligá-los ao jogo principal ‘Fortnite’ através do mesmo conjunto de animações, gestos, objetos virtuais e fantasias (até mil versões LEGO, por exemplo, daquelas vistas no jogo principal), o que é alcançado é um Metaverso funcional e, economicamente importante, adequado e acessível (e protegido) para crianças. Esses três novos jogos não foram planejados para serem lançados ao mesmo tempo, mas O esforço de lançamento simultâneo completa essa ideia de expandir o Metaverso Fortnite.
A cereja do bolo, obviamente, é o fato de que os próprios jogadores podem contribuir com suas próprias criações para esses universos em constante expansão. É um universo virtual que se alimenta e que além das inovações e correções (‘LEGO Fortnite’, apesar das suas virtudes, ganhará muito quando for melhorado e ajustado nas sucessivas atualizações da Epic), é sustentado pelas criações e ideias dos jogadores. Mais uma vez as descobertas do ‘Minecraft’ estão em destaque.
Se mencionarmos ‘Minecraft’ sem parar como referência para esta nova constelação de mundos virtuais de ‘Fortnite’ não é por acaso: Saxs Persson foi um dos criativos responsáveis por ‘Minecraft’ (ele estava especialmente focado nos experimentos com realidade aumentada para celular ‘Minecraft Earth’) há doze anos, e contribuiu decisivamente para o seu sucesso. Ele agora está na Epic supervisionando o ecossistema ‘Fortnite’. Nesta entrevista ao TechCrunch ele deixou claro que prioridade absoluta do ‘Fortnite’ é fornecer aos jogadores ferramentas de criação e edição poderosas o suficiente para que estes três novos jogos (por enquanto) continuem a crescer.
E estes são apenas os primeiros passos de um novo e fascinante mundo virtual para os jogadores. Ferramentas de criação, novos mundos para explorar, uma reformulação de um conceito que tem sido muito abusado nos últimos tempos, mas que ainda tem um potencial fascinante – o Metaverso -… ‘Fortnite’ parece determinado a se tornar não apenas algo massivo, mas também em algo importante .
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