Se esperamos carros elétricos mais baratos, o futuro dos preços das baterias deverá inevitavelmente seguir o mesmo caminho. A indústria sabe que a produção de veículos elétricos será mais barata e a Tesla mostrou como pode quase dispensar a componente humana nas suas fábricas.
Isto significa que para continuar a reduzir o preço dos veículos eléctricos, esta forma de actuar terá de ser alargada, produzindo também peças cada vez maiores. Isto tem a sua contrapartida. Quanto maior o volume de produção, menores serão os custos, mas a margem que as empresas têm para continuar reduzindo despesas também será reduzida e, portanto, tornando os veículos mais baratos e oferecer modelos com melhor relação qualidade/preço.
Portanto, isso não será suficiente para reduzir os preços dos carros elétricos. De mãos dadas, a produção de baterias deve seguir o mesmo caminho. Tanto no mercado de veículos novos como nos usados, a bateria provou ser o componente mais valioso (e caro) de um carro elétrico.
Mas aos poucos chegam boas notícias. Primeiro, porque as empresas continuam a procurar (e encontrar) novos depósitos de lítio. Em segundo lugar, porque estão a surgir vias alternativas a estas, como o sódio. E, por último, porque os maiores produtores começam a dar os primeiros passos no que começa a ser considerado uma guerra de preços no fornecimento de baterias.
CATL e BYD lutam para dominar a produção de baterias
Segundo a mídia local, em informações coletadas por CNEVPost a CATL oferecerá novas baterias de carregamento rápido este ano a um preço extraordinariamente baixo.
Citando diversas fontes da cadeia de abastecimento, da China salientam que a CATL dispõe de baterias com células novas que serão fornecidas a um preço pouco superior a cinco cêntimos de euro/Wh. Este valor é menos de metade do que era oferecido há um ano e é especialmente importante porque o fará com baterias 2C que, no papel, permitem cargas rápidas para recuperar energia em apenas meia hora.
A informação indica que dentro do CATL está sendo feito um trabalho para obtenha as baterias mais baratas possível e, assim, continuar a ser o maior fornecedor de baterias para carros elétricos do mundo. Há um ano, as baterias com este tipo de recarga eram vendidas por cerca de 12 cêntimos de euro/Wh. No Verão passado, este valor foi reduzido para sete cêntimos de euro/Wh, mas a CATL quer continuar a pressionar para reduzir ainda mais o seu preço.
A redução desses custos tem impacto direto no custo final do veículo. A empresa parece ter claro que parte do mercado de carros elétricos continuar a crescer e, portanto, ganhar clientes é reduzir o seu preço. Estima-se que, por cada 0,1 yuan (0,013 euros) que se reduz em Wh, sejam descontados cerca de 765 euros na produção de uma bateria de 60 kWh. A mídia ressalta que “somente a CATL pode produzir baterias tão baratas”.
Esses avanços da CATL estão sendo acompanhados de perto por BYD, que também favorecem o desenvolvimento de alternativas que lhes permitam reduzir significativamente o preço das suas baterias. O outro gigante chinês tem a tarefa de acompanhar a CATL que, segundo o referido relatório, irá instalar estas novas baterias num maior número de veículos, atraindo novos fabricantes graças a estes preços.
Aliás, segundo a informação, a Leapmotor, que tem um acordo com a Stellantis para a comercialização dos seus carros elétricos chineses na Europa, aponta que o custo das baterias continuará a cair devido ao excesso de oferta, atingindo menos de quatro cêntimos de euro/ O quê. Destacam ainda que isto é fundamental para o mercado de automóveis eléctricos entre 12.000 e 25.000 euros (na China), onde está a ser decidido grande parte do futuro das marcas chinesas.
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Foto | CATL