O café é estimulante, é cultura, é história e é tradição; mas acima de tudo é economia. Statista estima que ao longo deste ano o mercado de grãos torrados gerará receitas de 93,2 bilhões de dólares em todo o mundo e as previsões apontam para um crescimento sustentado nos próximos anos que elevará o caixa para 110,7 bilhões em 2028. O bom andamento de seu negócio bilionário depende, no entanto, de um pequeno número de nações que se dedicam ao seu cultivo.
O café tem seu próprio mapa global.
Um mapa desequilibrado. O café é um fenômeno universal. Na Europa, utilizamo-lo durante séculos para clarear mentes e afastar a fadiga e os seus benefícios também estão a abrir caminho para isso na China, que já ultrapassa os EUA em cafés de marca. Se olharmos para outro mapa, o do seu cultivo, o fenômeno do café é, no entanto, muito menor. É o que mostra a Visual Capitalista num gráfico em que capta os principais países produtores e no qual se verifica, entre outras coisas, que no final de 2020 os dez principais países que se dedicam à sua produção acumulavam 87% do mercado participação do produto básico.
Uma visão geral. Dados da Organização Internacional do Café mostram que em 2020 foram produzidas globalmente 169,6 milhões de sacas de café de 60 quilos, 0,5% a mais que no ano anterior. 99,4 milhões correspondiam ao Arábica e 70,2 milhões ao Robusta. Os dados são apenas um dos muitos que traçam o mapa do negócio cafeeiro em todo o mundo. Outro igualmente interessante é o rendimento gerado pelo mercado, de 73,9 mil milhões de dólares em 2020 segundo dados do Statista, ou a lista das grandes potências exportadoras, com o Brasil e o Vietname no topo.
O peso da América do Sul. Se analisarmos os produtores por continente, o peso da América do Sul é esmagador. Das 169,6 milhões de sacas registradas em 2020, a ICO estima que 82,6 vieram de países distribuídos pela América do Sul. Seguem-se cotas da Ásia e da Oceania, com 48,9 milhões de sacas, e do México e da América Central, região onde o organismo internacional identificou pouco mais de 19,5 milhões de sacas de 60 quilos. Em África, a produção rondava os 18,5 milhões há anos.
País | Produção 2020 (Milhões de sacas de 60 kg) | Participação total de mercado |
---|---|---|
Brasil | 63,4 | 37,4% |
Vietnã | 29 | 17,1% |
Brasil, na liderança. A visão da OIC, porém, vai além dos continentes ou regiões e nos permite traçar um mapa das grandes nações produtoras. E nesse nível há um país que se destaca muito acima dos demais: o Brasil. Segundo o instituto, foi responsável por 63,4 milhões de sacas, 37,4% do total.
Só a região Sudeste do Brasil dedicou uma área de cerca de 1,7 milhão de hectares ao cultivo do café no ano passado e em 2016 o Ministério da Indústria, Comércio Internacional e Serviços estimou que a receita gerada pelas exportações de café foi de 4.840 milhões de dólares, com a Alemanha, os EUA, Itália e Japão como principais destinos.
Do Vietnã ao Peru. O “Top 10” dos grandes produtores se completa com países distribuídos pela América, Ásia e África. O segundo lugar vai para o Vietname, uma potência cafeeira graças em grande parte ao impulso que o seu cultivo recebeu da Alemanha no século XX, e que em 2020 conquistou uma quota de mercado de 17,1% com 29 milhões de sacas. Em segundo lugar, bem distante, está a Colômbia, com 14,3 milhões de sacas e 8,4% do bolo. O quarto e o quinto lugar são ocupados, respectivamente, pela Indonésia e pela Etiópia. Honduras, Índia, Uganda, México e Peru completam a lista.
Imagem da capa: Capitalista Visual
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