Todos nós vimos o início de ‘'A coisa'’ de John Carpenter, a obra-prima do terror abismal, metafísico e paranóico de 1982. Naqueles primeiros minutos, um helicóptero persegue um cachorro que luta pela neve, fugindo do pássaro de metal. A partir disso, um homem armado com um rifle atira contra o animal, que desvia da melhor maneira possível os impactos da bala. Finalmente chegam a uma base norte-americana, onde os cientistas que ali vivem recebem o cão assustado.
Um dos noruegueses, após o helicóptero explodir acidentalmente devido a uma granada, avisa os americanos, que não entendem nada. Por fim, ele ameaça os presentes com uma arma, mas é baleado de dentro da base com um revólver. Antes, lhe dá tempo para formular um aviso em seu idioma nativo: “Dê o fora daí. Não é um inseto, é algum tipo de coisa! É imitar um inseto, não é real! AFASTE-SE, SEUS IDIOTAS!!”
O que o aterrorizado norueguês grita é: “Saiam daqui! Não é um cachorro, é algum tipo de coisa! Está imitando um cachorro, não é real! SAIAM AQUI SEUS IDIOTAS!!!” Ou seja, o norueguês já passou pela provação alienígena que os protagonistas do filme terão que viver, assim como recriou a subestimada e estimável prequela de 2011, e quer alertá-los. E por falar nisso, Carpenter nos permite dizer o que vai acontecer. Claro, você precisa entender o norueguês para considerar isso um spoiler.
É um grande momento porque reforça a sensação de inevitabilidade do que está por vir: não importa se é literalmente Alguém venha e revele o grande segredo do filme. Eles não podem fazer nada para evitá-lo. Um começo impecável para uma obra-prima absoluta que não envelheceu nem um pouco. E esse começo é apenas isso: o começo.
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