Há momentos na vida de um jogador que te deixam pensando “e agora?” Por exemplo, quando você termina ‘Red Dead Redemption 2’ ou ‘The Last of Us’. Felizmente já passei por esse momento ruim há muito tempo, mas agora enfrento o próximo, e não é nem mais nem menos que ‘Cyberpunk 2077’. Com este jogo tenho a minha história pessoal e, depois de ter concluído a campanha e a expansão, fica claro para mim que a história do V merecia mais.
Cyberpunk 2077 sempre foi um bom jogo. E ninguém desce deste burro. Encomendei ‘Cyberpunk 2077’ com meses de antecedência e fui uma das primeiras pessoas no mundo a experimentar o jogo. Adorei o que vi e joguei, e isso se refletiu nas impressões publicadas no Xataka. Depois vieram as análises e o jogo final e foi uma jarra inteira de água fria. O jogo, a base, a ideia foi ótima, mas a execução foi ruim. Não é regular. Ruim.
O desempenho do jogo foi bastante mediano no PC, quanto mais nos consoles. Como seria que a melhor plataforma para jogar ‘Cyberpunk 2077’ fosse o Google Stadia (que descanse em paz). De qualquer forma, não vamos fazer lenha com a árvore caída. Todos nós conhecemos a história de ‘Cyberpunk 2077’ e não se trata disso, mas do que aconteceu depois.
Minha experiência (v1). Quando baixei ‘Cyberpunk 2077’ no meu computador em 10 de dezembro de 2020, fiquei muito fisgado. Eu adorei o jogo. Tinha seus problemas (roupas íntimas feias me davam mais defesa do que calças militares, com licença?), mas o jogo era divertido. Não é perfeito, mas divertido. Até que me deparei com um bug que me fez abandonar o jogo e só voltar recentemente: a câmera andava para trás e eu não conseguia ver nada além da jaqueta do personagem. Abandonei-o com um misto de frustração e tristeza.
Minha experiência (v2). Os anos se passaram e a verdade é que esqueci do ‘Cyberpunk 2077’, mas aí chegou a versão 2.0 com o Phantom Liberty. Então, aproveitando que o PS5 estava juntando poeira na sala, resolvi comprá-lo (de novo) para jogar a versão PS5 no sofá. Comprei o jogo e a expansão. Já fiz as duas coisas e não só gostei como um anão, mas sendo uma pessoa que não gosta de fazer secundárias, dirigir mais do que o necessário ou passear pelo mapa, fui incentivado a fazê-lo. E se ‘Cyberpunk 2077’ era um bom jogo, a versão 2.0 e a expansão só o melhoraram e deixaram uma coisa clara.
Cyberpunk 2077 merecia mais. E você pode ver isso. Dependendo de como você joga, Phantom Liberty deixa o final mais ou menos aberto (e você pode até acabar sendo um jogador regular e se tornar apenas mais um NPC). O que fica claro é que a história, tanto a principal quanto o DLC, tem migalhas mais que suficientes para continuar expandindo a história. Prova disso é que, se você vencer a expansão (com a maioria dos finais) você ainda tem a missão final de Hanako que, dependendo de com quem você fizer isso, te levará para um lugar ou outro que ainda tenha chicha para expandir a história.
E é uma pena, porque não haverá mais. Está confirmado que Phantom Liberty é a primeira e última expansão do jogo por um motivo mais do que compreensível: muda o motor. A CD Projekt vai deixar o RED Engine de lado para usar o Unreal Engine 5 e as coisas como estão: isso é uma questão de recursos e de futuro. Cyberpunk teve seu tempo e foi concluído da melhor forma possível: consertado, com expansão para match e resgate. Mas isso não impede de ficar triste que um jogo que merecia mais nos deixe assim, pela metade. Na verdade, a subtrama de Dogtown (tudo relacionado ao Sr. Hands) sugere para onde as coisas estão indo e que algo grande está acontecendo lá. Nunca saberemos.
O futuro do estudo. É hora, portanto, de colocar o Cyberpunk 2077 em sua caixa e olhar para frente. E o que vemos no horizonte? Várias coisas. A CD Projekt tem vários projetos em andamento, sendo um deles uma sequência com o codinome Projeto Orion. Sabemos também que está sendo trabalhado um live action, que há uma remasterização de The Witcher em cima da mesa e uma nova trilogia da saga do bruxo.
Imagens | CD Projeto Vermelho
Em Xataka | ‘Phantom Liberty’ confirma um segredo aberto: ‘Cyberpunk 2077’ passou de um grande fiasco a um excelente jogo