Não que ‘Duna’, de David Lynch, seja hoje muito conceituado, mas a verdade é que, por mais que o próprio realizador o odeie e se recuse a falar dele em público, as novas adaptações dos livros de Frank Herbert estão a tornar-se objeto de adoração. Isso está sendo justificado com razão. Aqui parece mais ousado e insano do que as adaptações poderosas, mas um tanto convencionais, de Villeneuve, mas a questão é que em uma hipotética Terra-2, que ‘Duna’ de 1984 não foi dirigido por Lynchsenão Ridley Scott.
Os passos de Scott cruzaram os de Dino De Laurentiis, produtor que comprou os direitos dos livros de Herbert em 1978, após a primeira e fracassada tentativa de Alejandro Jodorowsky – com quem queria lançar uma resposta adulta a ‘Star Wars’. Ridley Scott teve a oportunidade de ler uma das primeiras versões do roteiro, escrita pelo próprio Herbert, e outra posterior do roteirista Rudy Wurlitzer, que havia assinado obras lendárias como ‘Pat Garrett and Billy the Kid’ de Sam Peckimpah.
Como ele contou em entrevista à ‘Total Film’, Scott nunca acreditou que o livro não fosse filtrável, Muito pelo contrário: considerei-o muito cinematográfico. Os problemas surgiram quando De Laurentiis lhe contou sobre seus planos para economizar dinheiro: “Ele disse ‘É caro, teremos que fazer isso no México’. Eu disse ‘O quê?’, e ele disse ‘México’. Eu: ‘Sério?’ ‘Então ele me mandou para a Cidade do México. E com todo o respeito ao México, era muito decadente naquela época. Não que eu gostasse muito, exatamente.
Ele tomou a decisão de deixar o projeto de lado depois de duas filmagens tão exigentes como ‘Alien’ e ‘Blade Runner’ (a filmagem de ‘Blade Runner’ e a pré-produção de ‘Duna’, com três roteiros sucessivos nos quais começou a trabalhar, na verdade, eles se sobrepuseram). E embarcou em ‘Legend’, o filme de fantasia estrelado por Tom Cruise e que nos deixou com um vilão lendário, o Senhor das Trevas interpretado por Tim Curry.
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