O TikTok enfrenta uma possível proibição em seu mercado mais importante. Na última quarta-feira, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que visa obrigar a rede social de origem chinesa a separado de sua empresa-mãe ByteDance. Caso a iniciativa seja aprovada pelo Senado e posteriormente sancionada pelo presidente Joe Biden, a empresa será obrigada a encontrar um comprador local para continuar operando no país. O problema é que esta saída também pode não ser uma opção viável.
O Wall Street Journal salienta que o Governo chinês não concorda com a medida promovida por Washington que mostra progressos no Congresso. Pequim, segundo fontes consultadas pelo jornal, não permitirá a venda forçada do TikTok. Se o projeto finalmente se tornar lei, o gigante asiático preferiria uma proibição antes que a rede social acabe nas mãos de uma empresa de tecnologia americana. Este cenário, como podemos perceber, pressiona uma ByteDance que tem cada vez menos margem de manobra.
TikTok e a sombra da proibição
Perder o mercado dos EUA poderia traduzir-se em problemas económicos para a ByteDance, cuja aplicação não teria dado lucros apesar de ter entrado 20 bilhões de dólares o ano passado. Dados do Statista indicam que o maior número de usuários do TikTok (excluindo a versão chinesa do aplicativo chamada Douyin) está nos Estados Unidos. Estamos falando de aproximadamente 148 milhões de usuários, o primeiro lugar de um pódio formado também pela Indonésia (126 milhões) e pelo Brasil (98 milhões).
O contexto mencionado, porém, não impediu que alguns empresários começassem a se movimentar para assumir o controle da rede social, caso isso fosse possível. O banqueiro Steven Mnuchin, que foi secretário do Tesouro durante a administração de Donald Trump, está tentando formar um consórcio para comprar a plataforma. O ex-CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, lançou esforços semelhantes. Mas quanto custa o TikTok? Segundo o analista Dan Ives, o preço pode ultrapassar US$ 100 bilhões.
Para contextualizar, a Microsoft comprou a Activision Blizzard por US$ 68,7 bilhões e Elon Musk pagou US$ 44 bilhões pelo Twitter (agora X). Se isso se concretizar, estaríamos enfrentando uma das maiores operações. No passado, recorde-se, gigantes tecnológicos com grande poder económico como a Microsoft e a Oracle mostraram algum interesse em assumir o controlo da rede social. Sim, a ideia de uma possível venda circula há pelo menos quatro anos, apoiada em alegados riscos para a segurança nacional.
Uma das preocupações abordadas no projeto de lei é que os dados sobre os cidadãos americanos acabem cruzando o oceano e ficando à disposição do governo chinês. Em resposta a isso, a empresa por trás do TikTok afirmou que não compartilha dados com autoridades governamentais. Da mesma forma, propôs isolar os dados dos usuários americanos em data centers localizados no país e permitir que seu algoritmo de recomendação fosse auditado, mas isso não foi suficiente e insiste-se na venda da empresa.
Imagens | Chris Grafton | Vectonauta | Foto grátis
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