Encher o carrinho de compras custa muito mais hoje do que há alguns anos, segundo o INE, que aponta um aumento de 32,1% no IPC entre Janeiro de 2020 e 2024. Isso também é perceptível para quem vai ao supermercado com frequência para abastecer a despensa em casa. Os estudos que analisam a variação de preços periodicamente não surpreendem mais ninguém.
O exemplo mais recente vem da OCU, que divulgou uma análise com duas conclusões claras: os alimentos ficaram 38% mais caros em apenas três anos, um aumento que supera em muito o experimentado pelos salários no mesmo período; e há cadeias de supermercados muito populares na Espanha onde o aumento de preços foi ainda mais pronunciado.
Aqui está o que descobrimos.
Um aumento geral… e desigual. O estudo da OCU é contundente. Os técnicos analisaram os preços de 122 produtos de consumo habitual – alimentos e produtos de drogaria – em sete cadeias de supermercados em toda a Espanha e encontraram aumentos consideráveis em todas elas. No entanto, o aumento não foi uniforme.
No geral, em todas as cadeias analisadas pela OCU – Alcampo, Carrefour, Condis, El Corte Inglés, Dia, Eroski e Mercadona – encher o carrinho de compras saiu significativamente mais caro em dezembro de 2023 do que no mesmo mês de 2020. A OCU baseou-se em 55 mil tarifas de supermercados online de dez cidades em todo o país para realizar sua análise.
Quem ficou mais caro? A OCU observou um aumento geral, com Alcampo e Carrefour se destacando com aumentos de 43% e 45%, respectivamente, nos preços de compra. O caso do Carrefour é interessante pois, em meio a aumentos generalizados, ele passou de um dos estabelecimentos mais baratos para o segundo mais caro, ficando atrás apenas do El Corte Inglés.
No lado oposto, com menores aumentos, estão Dia (+32%), Condis (+33%) e Eroski (+34%). E se olharmos para onde é mais barato abastecer a despensa, a OCU aponta Alcampo e Mercadona como opções.
E quanto custa em euros? As porcentagens de aumento ajudam a compreender as evoluções, mas o que importa no final é quanto pagamos no caixa. A OCU usou Alcampo e Carrefour como exemplos: em três anos, o valor de um carrinho de compras que custava 248 euros em 2020 subiu para cerca de 355 euros no final de 2023. No caso do Carrefour, esse aumento foi de 122 euros.
No geral, a OCU estima que uma compra que custava 100 euros há três anos hoje exige um pagamento de quase 140 euros. A análise mostra que aproximadamente 80% dos 122 itens examinados ficaram mais caros, com apenas quatro exceções. E as reduções de preços foram mínimas.
Óleo, açúcar e suco. O aumento de preços varia bastante entre os produtos. Por exemplo, o aumento de 5% nas lâminas de barbear descartáveis não se compara aos 225% no azeite suave de marca própria, que lidera a lista da OCU. Em três anos, a garrafa de 2,35€/l passou a custar 7,66€. Aumentos expressivos também foram observados no açúcar branco (91%), suco de laranja (81%) e ovos M, arroz redondo e cenoura, todos acima de 60%.
As margens estão aumentando? Essa é a pergunta que a OCU se faz: “Alguém aumentou as margens?”. Existe alguma etapa na cadeia de produção que explique aumentos tão altos nos preços? Para responder a essas dúvidas, a OCU analisou os preços de 13 produtos frescos, comparando os valores na origem e nas prateleiras. Concluíram que os preços de venda ao público chegam a ser seis vezes maiores do que os praticados pelos produtores. E é difícil determinar se houve enriquecimento e em qual fase isso ocorreu.
Os preços sobem… e os custos também. O aumento começa nos preços dos produtores, mas isso não significa que eles estejam lucrando mais, já que seus custos com fertilizantes e combustíveis também aumentam. O estudo mostra que alguns produtos ficaram mais caros na origem do que nos supermercados, enquanto outros tiveram aumentos maiores nas lojas. A OCU reivindica a redução do IVA, principalmente para carne e peixe, mais apoio para famílias de baixa renda e maior fiscalização da Lei da Cadeia Alimentar.
Fonte: Átomos (Unsplash) e OCU
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