Em 2024, ainda há muita gente que pensa que o teletrabalho está reservado apenas aos funcionários administrativos e executivos, mas não aos cargos públicos. Alguém neste setor parece discordar disso, e talvez da próxima vez que você for a um restaurante fast food, quem pegar seu pedido estará teletrabalhando no Paquistão, nas Filipinas ou em algum lugar da América Central.
Trazendo um Cheeseburger duplo das Filipinas. O investidor e fundador do Vale do Silício Brett Goldstein compartilhou através de seu perfil no Twitter sua surpresa ao ir fazer seu pedido de fast food em um estabelecimento em Nova York. Quando chegou a sua vez, o empresário viu-se diante de um ecrã atendido por videochamada por uma pessoa que, conforme indicado na sua mensagem, se encontrava nas Filipinas.
A cozinha em Nova York, o balcão em qualquer lugar do mundo. Embora o sistema de atendimento remoto ao cliente seja bastante distópico, ele já é realidade em diversas redes de fast food dos Estados Unidos e Canadá. Essas redes utilizam um caixa virtual remoto para coletar os pedidos dos clientes e encaminhá-los diretamente para a cozinha, que, neste caso, é presencial.
Escassez ou precariedade: a polêmica está servida. A rede canadense de restaurantes fast food Freshii foi uma das primeiras a utilizar este sistema de caixa de vídeo virtual para seus restaurantes, em que caixas residentes em países como Paquistão, Filipinas, Nicarágua, Bolívia ou Índia eram subcontratados por um salário de 3$. 75 por hora e sem nenhum dos direitos trabalhistas de um funcionário canadense.
Conforme afirmou a organização FEE em seu blog, a medida causou polêmica na sociedade canadense devido à insegurança no emprego e à concorrência desleal dessa prática para os funcionários canadenses. A rede de restaurantes argumentou que a medida se baseava na falta de pessoal para ocupar os cargos de caixa.
Um restaurante em Nova York, mas também na bilheteria da Renfe. A mensagem de Brett Goldstein indicava que ele tinha visto esse sistema de atendimento ao cliente em uma pequena rede de restaurantes asiáticos com cinco restaurantes em Nova York. No entanto, não é preciso ir muito longe para encontrar um sistema de atendimento ao cliente tão distópico: 134 estações Renfe também atendem por videochamada.
Neste caso, quem está do outro lado não está se comunicando de nenhum país remoto, mas sim do Centro de contato da Renfe através do sistema ARES (sistema de assistência a estações remotas). O sistema é baseado em um posto de atendimento tipo quiosque interativo conectado por uma webcam a partir do qual são oferecidas informações e ajuda aos passageiros nas estações onde foi eliminada a presença de pessoal da empresa na estação.
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