Com a adoção generalizada do teletrabalho, o número de nômades digitais também aumentou e milhares de colaboradores começaram a viajar em teletrabalho a partir dos locais mais remotos do planeta.
Na verdade, muitos países (incluindo Espanha) criaram um modelo de residência ad-hoc para eles, tentando atraí-los e atrair pessoas com talento qualificado e um elevado nível de rendimento.
Nômades digitais americanos, canadenses, britânicos e nórdicos chegaram às pressas a países como Espanha e Portugal, causando alguns problemas de alojamento nos destinos mais recomendados para nômades digitais. Mas para onde vão os nômades digitais espanhóis?
O advogado Andrés Millán, mais conhecido nas redes sociais como Lawtips, quis verificar em primeira mão se o mito de que o teletrabalho a partir de um país do Sudeste Asiático é lucrativo para um nômade digital na Espanha. O criador de conteúdo jurídico postou um vídeo em sua conta no Tiktok no qual detalha suas despesas durante o mês em que passou teletrabalhando na ilha de Bali, na Indonésia.
Teletrabalho em Bali com salário de Espanha
O advogado afirma que não poupou gastos na escolha de voos, alimentação ou hospedagem, embora também não tenha feito ostentação na escolha de opções de luxo. Digamos o suficiente para manter um certo nível de conforto tendo em conta os padrões de Espanha.
Millán destaca que o maior gasto é com passagens aéreas de ida e volta, pelas quais o advogado pagou cerca de 1.100 euros com bagagem incluída. A esse valor teriam de ser adicionados 30 euros em taxas de visto para entrar no país e 120 euros em seguro de viagem.
O influenciador legal informa que o alojamento era constituído por hotéis de três e quatro estrelas, que ascendiam a um total de 600 euros, desaconselhando a estadia em villas e outras soluções turísticas aparentemente muito atrativas, mas que não oferecem os equipamentos e conforto adequados para o teletrabalho.
Transportes e alimentação acrescentaram mais 678 euros à conta de despesas mensais. A maior parte do orçamento era gasta em saladas, pizzas e pratos locais com preços que variavam entre os 6 e os 9 euros por pessoa e por refeição. O advogado optou pelo principal meio de transporte local para se locomover em Bali: a motocicleta. Alugá-lo por um mês custou-lhe cerca de 60 euros em troca, e para viagens um pouco mais longas utilizou o Gojek, o equivalente ao Uber em Bali.
No total, o advogado afirma ter gasto cerca de 2.800 euros em teletrabalho durante um mês a partir de Bali. Se descontarmos os voos, que são os mais caros, o resultado são despesas entre 600 e 1.200 euros por mês para cobrir despesas de alojamento, alimentação, transporte e lazer.
Segundo o consultor jurídico, comparativamente, O padrão de vida em Bali é bastante semelhante ao da Espanha com alguns preços mais baixos, mas que são compensados por outros equivalentes ou um pouco superiores aos de Espanha.
Em suma, o teletrabalho a partir do paraíso não é tão rentável como parece, embora possa ser uma experiência e tanto para quem quer sentir-se um nômada digital, pelo menos durante um mês.
Imagem | Dicas jurídicas, Pexels (Oleksandr P)