O dinheiro pode dar muitas coisas, mas nem sempre o bom gosto está entre elas. No entanto, graças a estas grandes fortunas, a história da arte deixou-nos algumas das maiores obras de arte da humanidade. O que seria da arte sem as fortunas dos ricos comerciantes italianos da Renascença, ou sem o patrocínio que papas e reis deram aos artistas durante séculos?
Leonardo da Vinci – além de um bom partido – foi uma daquelas pessoas patrocinadas que desenvolveu o seu talento à luz das fortunas de milionários, reis e papas ao longo da sua vida, mas que, após a sua morte, as suas poucas obras continuariam a adornam os quartos luxuosos dos palácios dos xeques milionários.
Uma dessas pinturas de Da Vinci, o ‘Salvator Mundi’ tornou-se a pintura mais cara já leiloada. Como quis o destino caprichoso, os especialistas finalmente determinaram que a pintura poderia não ser do artista florentino.
‘Salvator Mundi’ nem sempre foi um Da Vinci
Como publicar Jornal de Wall Street, o ‘Salvator Mundi’ nem sempre foi atribuído a Da Vinci. Em 1958, a pintura foi tão retocada e repintada que parecia uma cópia pobre do estilo do grande mestre italiano, razão pela qual foi vendida por pouco menos de 200 dólares.
O rastro da obra foi perdido até 2005, quando o acaso descobriu que os negociantes de arte Alex Parish e Robert Simon compraram uma propriedade em Nova Orleans por US$ 10.000, onde a pintura estava localizada.
O especialista em arte acreditava que a pintura tinha potencial, mas nunca pensou que fosse um verdadeiro Da Vinci. “Parecia ser uma obra danificada, mas digna, da era renascentista. “Achei bonito, mas desgastado e muito pintado”, disse Simon CNBC. Você se lembra do ‘Ecce Homo’ de Lorca?
Simon e Parish contrataram a conservadora da Universidade de Nova York, Dianne Dwyer Modestini, para restaurar a pintura, que estava gravemente danificada, para que pudessem vendê-la por um preço melhor. A restauração demorou vários anos, mas o que veio à tona foi revelador “Depois que a camada de tinta antiga foi raspada e a obra original começou a surgir, esse sentimento mágico tomou conta. A pintura era um verdadeiro Da Vinci!”
Em 2011 Simon e Parish já haviam consultado as principais autoridades mundiais sobre os Grandes Mestres da Renascença incluindo o Metropolitan Museum of Art,e A galeria nacional de Londres.
Os especialistas compararam a pintura com os 20 exemplares daquela obra que existem e são atribuídos aos alunos da oficina de Leonardo, mas concordaram que esta foi melhor executada que as restantes, por isso deve ser a do mestre Da Vinci. Nesse mesmo ano, a National Gallery de Londres exibiu-o oficialmente como uma obra verificada de Da Vinci.