Você já sonhou em ganhar um salário só por ficar na cama? Pois bem, este sonho utópico de muitos se tornará uma realidade tangível para alguns escolhidos para fazer parte de um novo experimento no Centro Aeroespacial Alemão (DLR) em Colônia.
Segundo o jornal alemão 20 minutos, A agência alemã lançou uma oferta de emprego que parece saída de um romance de ficção científica. A proposta de trabalho é simples: ficar 60 dias deitado na cama em troca de uma recompensa de 18.000 euros.
O DLR, em colaboração com a NASA, está a realizar um estudo sobre os efeitos da microgravidade no corpo humano, em particular porque é que os astronautas enfrentam problemas de coordenação após longos períodos no espaço.
Para fazer isso, você precisa encontrar 12 candidatos que permaneçam em completo repouso deitados em uma cama com inclinação de seis graus por dois meses. Com essas condições, os cientistas esperam poder prever as mudanças fisiológicas que podem afetar os astronautas em órbita.
Os resultados destes testes podem ser cruciais no desenvolvimento de novas rotinas de exercícios e dietas alternativas para ajudar os astronautas durante as suas missões orbitais.
Requisitos para ser um “astronauta reclinado”
Embora deitar não pareça ser um requisito muito exigente, o DLR pretende que os sujeitos do estudo tenham determinadas condições físicas.
O processo seletivo terá início em setembro de 2024 e os candidatos devem ter entre 24 e 55 anos, medir entre 1,53 e 1,90 metros e ter índice de massa corporal entre 18 e 30. Além disso, devem ter boa saúde, não fumar e falar alemão fluentemente.
O processo seletivo é realizado por meio de evento online e incluirá questionários, entrevistas telefônicas e exames médicos para garantir que os participantes estejam aptos para o estudo. Embora a ideia de ganhar 18.000 euros por dois meses de descanso absoluto pareça tentador, a realidade pode ser mais desafiadora do que parece.
“Os participantes do estudo não ficam simplesmente na cama durante 60 dias”, diz Edwin Mulder, chefe da pesquisa. O cientista diz que o processo dura 88 dias no total em que os candidatos ficarão deitados por 60 dias com a cabeça mais baixa que os pés.
Dessa forma, a pressão na metade superior do corpo aumenta, enquanto os músculos e ossos da metade inferior perdem o tônus e se deterioram. Essa posição invertida também faz com que o senso de equilíbrio fique confuso e os candidatos percam estabilidade ao se movimentar, assim como acontece com os astronautas em órbita.
Os participantes serão divididos em quatro grupos de observação. Cada grupo terá diferentes níveis de atividade física, desde treinamento de força e resistência até estimulação muscular por meio de impulsos elétricos. Com um pouco de sorte, o candidato estará no grupo que não realizará nenhuma atividade, que avaliará o impacto da inatividade total nos astronautas.
O estudo exige que os candidatos emulem a vida diária dos astronautas em órbita, para que realizem todas as atividades diárias de lazer, higiene pessoal, idas ao banheiro, refeições, etc., sem sair da cama.
Cuidado com o que você deseja, talvez isso se torne realidade.
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Imagem | DLR