Passaram-se apenas alguns dias desde que o Governo do Reino Unido decidiu adiar a proibição da venda de veículos com motores de combustão para 2035. A data anterior (2030) deixará de vigorar. Mas, mesmo assim, têm um ás na manga: obrigar os fabricantes a vender cada vez mais carros elétricos.
O impulso virá com a simples obrigação de manter uma cota mínima de vendas no território dos carros elétricos. Ou seja, uma percentagem do volume total de carros elétricos que um fabricante vende no Reino Unido terá de ser veículos elétricos ou híbridos plug-in. Uma medida semelhante à utilizada pelo Governo Chinês.
O vendes coches eléctricos… o pasas por caja
Há poucos dias dissemos que o carro elétrico havia decolado quebrar outro marco. Na Europa, 21% dos carros vendidos em agosto eram totalmente elétricos. Segundo a ACEA, a soma dos híbridos elétricos e plug-in cresceu para 28,4%. Recorde-se que o veículo a gasolina sem qualquer tipo de eletrificação é de 32,7% e o diesel caiu para 12,5%.
Números semelhantes são aqueles que o Reino Unido obrigará. Como explicado em BBC, o Governo vai exigir que 22% dos carros que cada fabricante vende no país sejam elétricos ou híbridos plug-in. Um percentual que aumentará consideravelmente nos próximos anos. Em 2024, isso será de 28%, em 2025 será de 33% e, progressivamente, 80% dos carros que cada fabricante vende no Reino Unido terão de ser elétricos ou híbridos plug-in.
Para marcas que não conseguem atender às demandas, existem duas opções. A primeira, óbvia, é assumir uma multa que, segundo os meios de comunicação anglo-saxões, será de até 150.000 libras por veículo vendido. A outra possibilidade é comprar “créditos” de outras empresas que excedam o mínimo exigido.
Num sistema semelhante à compra de títulos de CO2 que tantos benefícios deu à Tesla há alguns anos. Naquela ocasião, a União Europeia obrigou as vendas dos fabricantes a não ultrapassarem 95 gramas/km de CO2 em média no final do ano. É claro que os carros com menos de 50 gr/km de CO2 contavam em dobro e os fabricantes podiam comprar créditos de outras marcas que ultrapassassem o nível de emissões, compensando os seus excessos.
Como eles apontam em BBCos especialistas esperam que parte deste aumento seja alcançado com uma redução de preço de carros elétricos e híbridos plug-in. Segundo a Auto Trader, no Reino Unido, o preço médio de um carro elétrico é 39% superior ao dos veículos a combustão pura.
Para ver o impacto que tem nas vendas teremos de esperar, pelo menos, até ao final de 2024. Neste momento, até ao momento deste ano, a quota de mercado do carro eléctrico no Reino Unido é de 16% e o plug- no híbrido é de 16% 6%. Em termos globais, 22% dos automóveis já vendidos no país cumprem os requisitos impostos pelo Governo britânico, segundo dados da ACEA.
Em O guardião Ressaltam, porém, que o atraso na proibição da venda de veículos com motor a combustão prejudicará as vendas de carros elétricos. O país está a travar uma das taxas de crescimento de automóveis eléctricos mais lentas da Europa, com um impacto significativo déficit no número de carregadores públicos disponíveis. A mídia britânica garante que esta decisão pode atrasar ainda mais a sua instalação.
Em Xataka | As vendas de carros elétricos crescem sem parar há dois anos. É algo que está prestes a acabar
Foto | Ivan Kazlousky
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