Faz todo o sentido do mundo que ‘Assassin’s Creed: Mirage’, o último capítulo (por um curto período de tempo: uma nova e ambiciosa iteração móvel está a caminho), olhe para o passado. Ao passado da franquia, entende-se, que olha sempre para o passado da espécie humana. Mais de quinze anos depois do primeiro ‘Assassin’s Creed’ e depois de doze episódios, é interessante observar o legado que os sandboxes da UbiSoft deixaram.
É por isso que ‘Mirage’, sem abandonar o ambicioso tradição que a série vem se desenrolando há anos, foca em um único cenário, em uma única cidade, algo que vai surpreender quem está acostumado com as viagens que estruturaram entregas como ‘Valhalla’, ‘Odisséia’, ‘Origens’ ou ‘Black Bandeira’. Teremos aqui um núcleo populacional certamente muito respeitável, mas menor: é por isso que o jogo dura apenas cerca de vinte horas.
E por isso também, É um título muito mais estruturado pela história que os anteriores. E não falamos apenas de como nos conta a história do nosso herói, Basim, muito mais linear e que nos permite contemplar a sua evolução como iniciado, aprendiz e finalmente mestre de assassinos, mas também sobre como se desenvolveu o desenvolvimento das habilidades com que podemos fazer o personagem crescer.
Isso não quer dizer que ‘Mirage’ seja um jogo limitado. Bagdá está cheia de pequenas coisas para fazer, desde roubar comerciantes até aceitar pequenas missões, encontrar itens perdidos ou localizar locais importantes. São pequenos toques que nos afastarão momentaneamente da história principal, mas nos quais não teremos que investir horas. O importante aqui para a Ubisoft Bordeaux, claramente, é seguirmos a história principal.
Uma decisão corajosa que joga a favor da imersão
muitos jogadores Lamentarão a falta de extras ou a impossibilidade de se perderem num cenário vasto, mas certamente não na extensão de um pequeno país exótico. No entanto, são essas reviravoltas nos códigos habituais da série que às vezes são bem-vindas e mantêm a franquia viva. Já havíamos estado em uma época muito próxima disso em ‘Valhalla’, as origens dos Assassinos (mesmo dos Ocultos) já haviam sido exploradas em ‘Origens’, e a atmosfera deste jogo (a arquitetura, a estrutura do cidade, proximidade geográfica) tem muitos pontos em comum com o primeiro ‘Assassin’s Creed’, que se passa apenas um século e meio depois. Com todos esses precedentes em comum, talvez um jogo de sessenta horas tivesse gosto de repetição preguiçosa.
É por isso que é interessante que a Ubisoft tenha decidido distanciar-se, se não no tempo e no cenário, pelo menos numa mecânica que nos remete à relativa simplicidade dos primeiros jogos da série. Stealth e parkour estão mais uma vez em primeiro plano. Existe até um recurso, História de Bagdá, onde você deve encontrar 66 locais e que lembra o Codex dos primeiros ‘Assassinos’.
Entre os problemas de ‘Mirage’, sim, está a redução de espaços e profundidade de papéis nos leva a um segredo quase puramente cosmético: É fácil fugir dos inimigos e despistá-los, e é fácil prescindir das muitas opções furtivas que o jogo oferece (subornos, disfarces), porque raramente nos apanharão. Na parte de combate, o conjunto de movimentos é semelhante ao de jogos recentes como ‘Valhalla’, mas bastante simplificado. Novamente, não temos a profundidade do catálogo de armas e movimentos dos jogos anteriores, o que se tornaria repetitivo… se o jogo não durasse vinte horas.
Com o impressionante acabamento técnico e o cenário envolvente que a UbiSoft sempre ostenta (com insetos gráficos aqui e ali, mas muito perdoáveis), a verdade é que este ‘Assassino’ não desilude no sentido de atirar o jogador para uma era remota com todas as suas consequências. As apostas estão abertas para adivinhar a que se deve esta mudança de orientação: experimentação de diferentes fórmulas, cortes orçamentais ou impasse antes de outro gigantesco ‘Assassin’s Creed’. De qualquer forma, a peça deu certo e a variação é revigorante. A série permanece tão viva quanto seus assassinos.
Cabeçalho: Ubisoft
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